Estórias e Causos do Ipu 10
Lembranças da Lidiana
Por Lidiana Martins Farias
30/08/2007- data da publicação
Pense numa saudade grande quando li sobre as "personalidades" de nossa Ipu!
Lembro ainda de muitos deles! Seria interessante falar ainda que a Braulina era portadora de Hanseníase (doença antigamente conhecida por "lepra") uma das coisas que fazia com que muita gente evitasse ao máximo chegar perto dela, pois tinham medo de contraí-la e que provalmente,sofria também de algum tipo de doença hepática devido ao uso excessivo do álcool (é só lembrar de como ela tinha a barriga distendida e os membros inferiores edemaciados (inchados").
Dei muita "carreira" com medo do Assis Doido; conheci o Seu Raimundo Lapinha, aliás éramos seus vizinhos no início da década de 80; o Seu Tracajá era vizinho de meus avós paternos; já na década de 90 quando fomos morar em uma rua próxima ao Bairro do Corte, o via diariamente; meus pais são inclusive, padrinhos de uma de suas filhas (a Aninha), sua viúva, D. Querida, faz por merecer esse nome e um dos seus filhos mais conhecidos que chamávamos de "nenê", hoje atende por outro apelido o qual não me recordo agora, mas logo em breve, postarei aqui.
O famoso "Roberto Carlos" também atende pelo apelido de "Espoliais", não me perguntem o porquê (rsrs!), só sei que nos divertíamos muito com ele nos banquinhos que ficavam próximo à casa de Seu Elias Mororó, ao lado do Fórum.
O Feroz era criatura que eu via todos os dias quando visitava o "café nº 5" de minha avó Mundica no Mercado Público, ele sempre chegava gritando,a toda altura, me chamando de "Keiliiiiiiinha" e eu saía correndo com medo dele me deixar "cheirando" a peixe, e ele fazia isso de propósito!
Depois que cresci mais um pouco, percebi o carinho que ele tinha por nós crianças, na época, e me tornei menos arredia... Senti falta aqui do "Torrêis"( o certo seria "torresmo", filho da Sueli que morava na década de 80 no Reino de França); ele anda com umas roupas que ganha, geralmente, bem maiores que ele, e desfila se achando "lindo"!
E ainda do "Lili", não recordo com detalhes, mas acho que ele era alcóolatra, era franzino e bem moreninho e também dormia pela praça 26 de Agosto.
Lembro demais dele num banco e da Braulina noutro. Segundo minha mãe conta, hoje em dia em seu túmulo no cemitério da cidade, muitas pessoas acendem velas em agradecimento por graças alcançadas, pois consideram sua alma milagrosa!
Puxa vida! É tanta gente, não é mesmo?
Fico feliz que vocês lembrem de figuras tão simples, mas que fazem parte da vida e da história de nosso povo! Sinto-me feliz por ter tido a oportunidade de conhecer e conviver com alguns deles quando criança! Mais uma vez, obrigada por me proporcionarem tamanho momento nostalgia!
Saudades de tempos e pessoas que não voltam mais...
fonte: site da AFAI - ARTIGOS - ESTÓRIAS E CAUSOS p.02 | Acesso:08/01/2010 | Formatação: Airton Soares
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