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(Aos Ipuenses)
Como é bonita a minha Terra!
- Jardim entre alcantis,
Plantada ao pé da serra,
Longe, o anguloso e sólido rochedo
Jorra um longo fio d´água;
- a Bica - , voz agreste declamando,
Em tom de encanto e mágoa,
O romântico poema,
De belíssima memória,
Cristalizado na história,
Lendária e sublime de Iracema.
Recebe o mei afeto, amada Ipu!
Gentil berço de paz. – Flor deslumbrante,
Que, sorrindo, ao cantar meigo das aves,
Acordas na alvorada radiante.
E cismas intensamente
Quando o sol, declinando no talhado,
Ergue em seu leque dourado
Os fúlgidos castelos do ocidente.
Ante os olhos etéricos da saudade,
Revejo, com emoção,
A várzea – o capinzal, o brando rio,
O estreito pontilhão;
O histórico largo secular:
- o gigantesco pé-de-tamarindo,
As copadas mongubeiras,
A reverenda capela,
No oblonge pedestal, a cruz singela
Erigida no extenso patamar.
Cidade bela e poética!
Tranqüila moradia
De estreitas e amplas residências,
Avoengos solares, ruas, praças,
Que exalam lirismo e nostalgia.
A Igreja, lá no monte,
Alçando a torre esguia.
O “Alto dos Catorze”,
Além da umbrosa fonte,
E a serra escarpada,
- balizas da minha Terra amada - ,
Que recortam os cimos do horizonte
afai-artigos-poesia-p05
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