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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Poesia 11

O Que Mais Dói no Ipu (Júlio Torres)


O que mais dói no Ipu

O que mais dói não é não ver o trem,

Saindo lento, rumo a Fortaleza,

Nem o Coreto e a filha de Araquém,

Na antiga praça, com sua beleza.

Não é não mais ver o Gangão, também,

Deslizar manso, em meio à natureza,

Nem mesmo a Bica, que da Serra vem,

Não mais mostrando tanta realeza.

O que mais dói, e mais nos entristece,

Nos amargura, e nos aborrece,

Não é ver tudo, assim, desmoronando.

É ver o povo todo alertando:

Que a Estação está se acabando,

E a recuperação não acontece.

Fortaleza, 20/12/2006

Júlio Tôrres


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