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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Poesia 20 João Antonio Martins - Agenda de Viagem

Agenda de Viagem


João Antonio Martins - dez 2005

Eu que à margem viví
não sei como aquilatar
aos qu deveras viveram
o que sentem a expiar.

Do tempo,mais dura ação
Quanta falta de desvêlo
Deposto ao nosso lugar
é de cortar coração.

Fiquei alí perguntando,
mais veio interrogação
E aquela gente que tinha?
E o velho paredão?

Esperando pelo HORÁRIO
Sem ver o povo passar
Fui até a Estação
Saber o que tinha lá.

Tirei a foto e partí
me remetendo ao passado
Tentei vislumbrar direito:
Será que estou enganado?!

Stava tudo abandonado
No mais cruel dos dedens,
Não escutei a sineta,
Dizendo que vinha trem.

Não escutei nenhum grito
dos carreteiros apressados
juro que fiquei aflito
Que lugar ´mal assombrado.

Fiquei alí indagando
A Deus o que aconteceu
Iplorei ao Martir Santo
Mais sorte pro povo meu.

Como o sol estava quente
procurei me abrigar
Foi aí que me lembrei
Da casa do Seu Vicente.

Havia uma árvore por lá,
A casa estava no chão
Daquela só tinha o tronco
Da outra a recordação.

Saí dalí desolado
Ao Beco da Beínha,
Só tava lá um pedaço,
das duas muralhas que tinha.

Perguntei pelo riacho,
A um pacato cidadão.
Diz-me ele: Eu acho
ue se mudou pro sertão.

Da casa da Dona Nelsa,
Que tanto marcara era,
Saudade me deu à bessa,
A casa virou tapera.

Vixi! cadê o quiosque?
E o velho oitizeiro,
Tava todo pripinado,
meteram foice, machado.

Depois rumei para bica,
que é coisa de lá do céu
Ví pouca gente bonita
Tomendo banho a pincel.

Só sei falar do passado ,
o futuro a Deus pertence
mas deixa preocupado,
olhando nosso presente.

Acorda gente! Repara,
Há lugares diferentes,
Preservam o seu passado
Vivem melhor o presente.

afai-artigos-poesia-p6

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