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terça-feira, 6 de abril de 2010

O MERCADO PÚBLICO, COM OU SEM O NOME DE CHICO MOURÃO, É PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO IPU

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O MERCADO PÚBLICO, COM OU
SEM O NOME DE CHICO MOURÃO,
É PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO IPU



Privatizar, vender, alienar, doar, mudar o nome, ampliar, reconstruir, modernizar, colocar busto e outras promessas (repito, promessas), não muda nem mudará a certeza – por quem tem consciência e equilíbrio incorruptível - de que o Mercado Público do Ipu Francisco da Silva Mourão (Chico Mourão), independentemente do nome, é uma edificação que faz parte do Patrimônio Histórico Comercial do Ipu, que, por várias administrações públicas, vem sendo relegado, talvez por ser dele que, quem trabalhou e trabalha, tirou e tira o sustento da família, mesmo sendo castigado pelos pesados impostos e taxas das chamadas administrações públicas.





Isso é compreendido porque, a velha cadeia pública, que abrigou criminosos e marginais, foi acertadamente recuperada e transformada em Casa da Cultura, enquanto o Mercado Público, útil por décadas e décadas à economia do município, querem levá-lo à alienação (como diz o edital da Comissão de Licitação, publicado no Diário do Nordeste, de 23 de março/2010), e, com isso, levá-lo à desconfiguração, em nome da podridão e da corrupção denominada de modernização, vista e assistida de Norte a Sul e de Leste a Oeste do país. Exceto no Ipu?


CONCURSO HISTÓRICO-LITERÁRIO


Com a finalidade de provar, com dados e documentos, que o Mercado do Ipu – com ou sem nome, repito – é Patrimônio Histórico do Ipu, a família Mourão lançou, em âmbito nacional, o “Concurso Histórico-Literário Mercado Público Francisco da Silva Mourão” (Chico Mourai). Nós, os Mourões, não queremos possibilidades, queremos certeza de que ele é ou não um bem imóvel de valor histórico para o Ipu e para os ipuenses livres, de moral e de bons costumes.

A notícia e o regulamento desse concurso já foram publicados em todos os sítios e blogs disponibilizados à família pelos amigos e adeptos do movimento cívico, ético, histórico e cultural, além distribuídos por e-mails para mais de 1.500 familiares, ipuenses, amigos, colegas, apoiadores e incentivadores, até agora, com mais de cem respostas de apoio, tanto moral como, incrível, até financeiro. A verdade é que a família Mourão, apenas neste começo de luta, já foi municiada com informações, ideias e sugestões para uma luta de até oito anos, se necessário. Com as que ainda irão chegar, é imprevisível até e aonde esta batalha vai chegar. Até advogados se prontificaram. Com certeza não vai haver “briga de foice” e nem de bacamarte, mas poderá chegar à luta do martelo ou malhete jurídico. Ou a Justiça não existe no Ipu?


EXEMPLO DA IGREJA


Ipu possuía apenas a Igrejinha do Quadro. Quando ela não comportou mais o número de fies, a Paróquia movimentou os paroquianos e partiu para a construção de outra igreja – a igrejona. Sem dinheiro, mas com a ajuda de Deus, de doações, de enfrentamento e bons propósitos durante cerca de 40 anos. Mas está lá a Igreja Matriz do nosso Santo Padroeiro e Mártir de Cisto, São Sebastião. E outras igrejas continuam sendo construídas em bairros e distritos do Ipu, graças à seriedade e o dinamismo dos nossos vigários, incondicionais continuadores dos ensinamentos de Jesus Cristo. Ou este exemplo da Igreja não serve para a administração pública do Ipu?


INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA


Um dos argumentos da alienação/venda/privatização do Mercado Público do Ipu é arrecadar dinheiro para construir outro andar sobre o piso atual. Argumento débil ou infantil disseminado para quem não tem noção de como são feitos os empreendimentos imobiliários no Brasil. Querem inculcar que o dinheiro da iniciativa só tem possibilidade de investimento se for sobre o atual Mercado. É como se o dinheiro dos investidores só possuísse valor de compra e construção, em cima do que já está feito, do que já existe, do que é história, do que é memória. Não querem que o Ipu tenha história edificada, têm que acabar de acabar com ela.

É servindo-se da segunda parte da Lei 4.591, de 16 de dezembro de 1964, que trata das incorporações imobiliárias, que as construtoras e os incorporadores investem pesado na construção de edifícios residenciais e comerciais de pequeno, médio e grande porte em todo território nacional. Por esse sistema, os imóveis são vendidos na planta, a vista ou financiados diretamente pela construtora. Com o dinheiro das vendas começam a construir e vender. Quando terminam de edificar, os que ainda não foram vendidos passam a ser financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação - SFH, operados pela rede bancária – Caixa Econômica, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Real, etc – em dez, 20, 30 anos... Ou esta Lei e este serviço do SFH, por serem sérios e estarem dando certo em todo Brasil, não servem para o Ipu?


PROJETO DO MARROCOS ARAGÃO


Já que existe o “estudo/projeto” encomendado pelo Executivo do Ipu ao arquiteto Vinícios Marrocos Aragão, para a “ampliação e modernização do MERCADO MUNICIPAL”, como informou o conterrâneo Augusto Pereira Pontes no Livro de Visitas desse sítio, vejo que “caiu a sopa no mel.” O Ipu não pode continuar como um ovo, que só tem casca, clara e gema.

O projeto arquitetônico do Marrocos Aragão poderá ser modificado e ampliado para um razoável empreendimento imobiliário comercial, tipo supermercado ou mini Iguatemi no bairro mais populoso ou promissor do Ipu. Ai, o “Shopping-Chão”, que corajosa e acertadamente foi retirado do centro da cidade, passaria a funcionar convenientemente no novo mercado, pois ele ainda encontra-se em local inadequado, ou seja, funcionando no Grêmio Recreativo Ipuense, no bairro do Alto dos Quatorze.

Então, o atual Mercado Público Municipal passaria a ser objeto da próxima recuperação e restauração das edificações consideradas e veneradas como Patrimônio Histórico do Ipu. E o Francisco Davi Gonçalves do Nascimento, que recentemente foi à cidade de Outro Preto, premiado pelo concurso sobre Patrimônio Histórico do Ipu, lançado pela AFAI, certamente ficará super satisfeito, em ver a administração da sua cidade mãe preservando um bem histórico. Ou será que este não é um exemplo que se deva dar ao talentoso Davi?


OBRIGADO, DAVI!


Ao voltar de sua viagem prêmio a Outo Preto (MG), o Davi postou (dia 03/04/2010) um pequeno relato, que terminou com estas comoventes palavras:

“Quando eu senti vontade de escrever meu trabalho para falar do patrimônio histórico de Ipu, não foi para causar polêmica mas sim para pedir as autoridades, aos jovens, as crianças e todo povo ipuense que nós devemos e podemos cultivar o que ainda nos resta. Vendo de perto o patrimônio histórico de Ouro Preto e comparando as antigas fotos que vi da cidade de Ipu antigo dói, a gente sente um aperto de saber que tínhamos tanta coisa importante e deixaram se perder.

Que a AFAI sensibilize todas as crianças, jovens e também os adultos para que possamos fazer um trabalho de conscientização sobre o nosso patrimônio, sobre a nossa História.” Ou será que estas palavras do Davi, não vão comover e remover a pretensão de descaraterizar um Patrimônio Histórico do Ipu?


EPITÁFIO DO MERCADO


E para concluir esses meus subsídios à Prefeitura Municipal e à Associação dos Filhos e Amigos do Ipu – AFAI, tinha que chegar às minhas mãos este “Epitáfio do Mercado”, do meu irmão, professor Valdemir Mourão. Ei-lo:

“Que festa de recordações,
de infância,
de história,
de memória (mental e histórica)!

Quem viveu em Ipu e não se tocou com tamanhas lembranças?
Quem não sentiu o gosto doce do passado
nas portas do gosto amargo do presente?

Que trilhas familiares, urbanas e solidárias
nas voltas do tempo armazenadas
nos armazéns do Mercado,
nas bodegas fechadas!

Que histórias de memórias “in memória”!

Se o Mercado não serve de história para Ipu,
para a memória,
matemos da memória, a história de Ipu
ou as mentes sem memória... sem história!!!”


Ou será que o progresso do Ipu de hoje
não pode preservar o Ipú de ontem?



jpMourão
(João Pereira Mourão)
Informação, opinião, instigação, apoio, combate.


Arte da placa: Chico Parnaibano
Foto do Mercado: arquivo do Ricardo Aragão

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