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terça-feira, 9 de março de 2010

A estátua de Iracema - João Antonio Martins

À Estátua de Iracema

João Antonio Martins
(esfacelada ao chão)

Matricidas mãos de dúbio filho teu
Num agir atroz de extremo desespero
Descrendo ao homem, a tudo, até a Deus
Face flagrante bruta falta de desvêlo.

Arco disperso, inútil, lançado ao regaço
Entumescidos seios, casto colo, sangue a jorrar.
Não vês filho?! Teus símbolos tão abandonados? Acorda! Luta! Cuida do teu melhor pedaço.

Sempre ovante, intrépida reviscerás graciosa
Airosa, ufana, imagem da ilusão posta ao ermo
Entre dádivas tantas da mãe terna generosa.

Oh! Guerreiro Branco por que não sobrestar
A sórdida fúria imposa a este atônito sesmo?
Acode Tupã! Socorre! Minha Ipú vai acabar !!

afai-artigo-poesia- p 14

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