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domingo, 20 de junho de 2010

Saramago

Data: 20/06/2010
Nome: CLÁUDIO CÉSAR MAGALHÃES MARTINS
E-mail: claudiocmartins@msn.com
Assunto: Vaticano critica J. Saramago

Prezados internautas,

Através do "L'Osservatore Romano", órgão oficial da Santa Sé, o Vaticano faz duras críticas a José Saramago, considerando-o "uma erva daninha".
Cordialmente,
Cláudio César

"Com o título "O grande (suposto) poder do narrador", o órgão oficial do Vaticano critica com virulência o Prêmio Nobel de Literatura, que era marxista e ateu.
O "L'Osservatore Romano" o definiu como "um ideólogo antirreligioso, um homem e um intelectual que não admitia metafísica alguma, aprisionado até o fim em sua confiança profunda no materialismo histórico, o marxismo".
O jornal considera ainda que o escritor "colocou-se com lucidez ao lado das ervas daninhas no trigal do Evangelho".
"Ele dizia que perdia o sono só de pensar nas Cruzadas ou na Inquisição, esquecendo-se dos gulags, das perseguições, dos genocídios e dos samizdat (relatos de dissidentes da época soviética) culturais e religiosos", indica ainda o jornal do Vaticano em seu editorial.
No editorial divulgado com antecedência, o "L'Osservatore Romano" considera Saramago "um populista extremista", que se referia "de forma muito cômoda" a "um Deus no qual jamais acreditou por se considerar todo-poderoso e onisciente".
Saramago provocou a ira do Vaticano e da Igreja Católica com sua obra "O Evangelho segundo Jesus Cristo" (1992) no qual considerava que Jesus perdeu a sua virgindade com Maria Madalena.
Ele suscitou novamente a cólera dos católicos em 2009 com "Caim", onde a personificação bíblica do mal, assassino de seu irmão Abel, é descrito como um ser humano nem melhor nem pior do que os outros, enquanto Deus é apresentado como injusto e invejoso.
Durante a apresentação desse livro, Saramago havia alimentado a polêmica, classificando a bíblia de "manual de maus costumes".




Data: 20/06/2010
Nome: CLÁUDIO CÉSAR MAGALHÃES MARTINS
E-mail: claudiocmartins@msn.com
Assunto: Josê Saramago

Vejo que despertei a ira de nâo-catôlicos que visitam este site.
Vem um falar em pedofilia na Igreja e me tachar de raivoso , vem outra transcrevendo matêria de um împio chamado Azenha. Tais minorias inexpressivas tëm muito ê despeito e inveja da Igreja Catôlica, que defende uma verdade ûnica e n"ao se curva a nrnhum poder temporal. Um dos maiores desejos de qualquer governante do mundo ê ter uma audiëncia com o Santo Padre, ouvir seus conselhos e beijar-lhe a m"ao. Assim fizeram Wladimir Putin, Barack Obama, Lula e outros menos votados. Pena que raivosos anti-catôlicos n"ao reconheÇam tal realidade.
Clâudio Cêsar


Data: 20/06/2010
Nome: Sônia Sophia Luz
E-mail:
Assunto: Saramago entre aspas

José Saramago, por Luiz Carlos Azenha:

Como Giordano Bruno, Galileu, Miguel Servet, Goya, e outras celebridades capitais na história do pensamento e da ação, Saramago foi alvo do ódio da Igreja Católica. Ao longo da vida cultural de Ocidente, foram poucos os pensadores que ousaram dizer, singelamente, que não existia nenhuma prova da existência de Deus, e que as pessoas acreditavam por diversas razões (entre elas, o temor).

Com efeito, até as mentes consideradas lúcidas, esmolavam moderação da crueldade doentia do Santo Ofício. A colocação de uma filosofia realmente humanista (que teve alguns traços nos hedonistas e céticos gregos) só conseguiu consistência com os mecanicistas franceses, e especialmente com as correntes que surgem do marxismo e do anarquismo.

Saramago se insere nesse grupo de vozes esclarecidas, modestamente seguras, sem empáfia nem alarde. Teve a seu favor o fato de ter vivido numa época em que as fogueiras da Inquisição parecem apagadas… ou amortecidas. Sua defesa do humanismo, seu espírito de tolerância, e seu reconhecimento da beleza de alguns textos teológicos (a despeito de seu vácuo conceitual) são únicos em nossa época. Compartilha com Sartre, Russell e Camus a desmistificação da sacralidade. Mas, Sartre expressa suas ideias não com o senso comum, mas com uma filosofia de compreensão árdua; Russell, como quase todo cientista, não atingiu a popularidade que consegue um artista ou um literato; e Camus, apesar de seu agnosticismo e humanismo, defende uma solução egoísta e individual, porque o homem que ele liberta encarna a luta pessoal e não a solidariedade.

Creio que Saramago está ainda em vantagem com Noam Chomsky, pois sua humildade e objetividade o conduzem a uma visão equilibrada do universo. Ele disse que a Bíblia é um “manual de maus costumes, [...] um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana”, mas nada há nisto que não possa ser demonstrado. Não é o produto de nenhuma parcialidade, mas do amor e preocupação por uma humanidade sadicamente ferida pelas trevas espalhadas pelas teocracias.

José Saramago nunca diminuiu seus esforços pela Humanidade, e os manteve ativos em quanto sua saúde física permitiu.


Data: 20/06/2010
Nome: Pacificador
E-mail:
Assunto: José Saramago

Cláudio César,
Dando continuidade ao meu e-mail anterior, o que diz vc de pedofilia dentro da Igreja? Deixe Deus agir. Só ele pode julgar, repito. Atire a primeira pedra aquele que não tem pecado. Não se deve chamar um filho de Deus, mesmo renegando o Pai, de belzebu. Isso é pecado, viu? Ou você se acha acima do bem e do mal? Aceite as diferenças!


Data: 20/06/2010
Nome: Pacificador
E-mail:
Assunto: José Saramago

Caro Cláudio César:
Você é muito radical, raivoso. Se José Saramago era ateu, era um direito dele. Deus nos dá o livre arbítrio e só Ele pode julgar. Você não pode se considerar o dono da verdade. Isso fere as Leis Divinas. Pense nisso, meu caro.




Data: 20/06/2010
Nome: Sônia Sophia Luz
E-mail:
Assunto: Saramago entre aspas

Um fato curioso sobre Saramago concerne ao conhecido incidente onomástico que transformou o menino José de Sousa em José de Sousa Saramago. Até a apresentação obrigatória da certidão de nascimento para efeitos de inscrição no primeiro ano ninguém tomara conhecimento de tal equívoco. Por várias vezes, o escritor explicaria o caso. Em “As Pequenas Memórias”, escreve:

"Que esse Saramago não era um apelido do lado paterno, mas sim a alcunha por que a família era conhecida na aldeia. Que indo o meu pai a declarar no Registo Civil da Golegã o nascimento do seu segundo filho, sucedeu que o funcionário (chamado ele Silvino) estava bêbado (por despeito, disso o acusaria sempre meu pai) e que, sob os efeitos do álcool e sem que ninguém se tivesse apercebido da onomástica fraude, decidiu por conta e risco acrescentar Saramago ao lacônico José de Sousa que o meu pai pretendia que eu fosse." (José Saramago)

Dados da Primeira Biografia de José Saramago (Saramago: uma Biografia), do escritor português João Marques Lopes.


Data: 20/06/2010
Nome: Pacificador
E-mail:
Assunto: José Saramago

O Tontim entende o sentido do respeito às diferenças ou minorias. Somos filhos de Deus, todos: brancos, negros, índios. Se acreditamos em Deus, somos agnósticos ou ateus, isso é um problema de cada um. Repito as palavras do Tontim: Saramago, descanse em paz.


Data: 20/06/2010
Nome: Sônia Sophia Luz
E-mail:
Assunto: Saramago entre aspas

Nota de pesar do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo falecimento do escritor José Saramago

José Saramago contribuiu de maneira decisiva para valorizar a língua portuguesa. De origem humilde, tornou-se autodidata e se projetou como um dos maiores nomes da literatura mundial. Recebeu o Prêmio Camões, distinção máxima conferida a escritores de língua portuguesa, e o Prêmio Nobel de Literatura. Nós, da comunidade lusófona, temos muito orgulho do que o seu talento fez pelo engrandecimento do nosso idioma. Intelectual respeitado em todo o mundo, Saramago nunca esqueceu suas origens, tornando-se militante das causas sociais e da liberdade por toda a vida. Neste momento de dor, quero me solidarizar, em nome dos brasileiros, com toda a nação portuguesa pela perda de seu filho ilustre.

Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil



Nota de Pesar
Ministro da Cultura lamenta morte de José Saramago

Lisboa – O escritor José Saramago mantinha relações privilegiadas com o Brasil. Esteve presente em diversos eventos literários no país e se tornou muito popular antes mesmo de conquistar o Prêmio Nobel. Em romances como “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, o Brasil faz parte das reflexões do grande escritor.

A sua perda é recebida com muita tristeza, particularmente pelos que têm apreço pela língua portuguesa e por sua importância cultural em tantos continentes.

O Ministério da Cultura do Brasil se soma aos que lamentam e manifestam a dor pela perda desse grande escritor.

Juca Ferreira
Ministro da Cultura


Data: 20/06/2010
Nome: JOÃO TOMAZ LOURENÇO MARTINS
E-mail: jtomazlm@hotmail.com
Assunto: Tolerância, um dom de Deus.

Conterrâneos irmãos,

Católico apostólico romano crente, aprendi nestes tantos anos que "religião não se discute, se pratica".

Abstenho-me, por isso, de discussões sobre a crença ou não da existência de Deus.

Cristo nos ensina o seu maior mandamento "Amai a Deus e ao próximo".

Por isso, amemo-nos uns aos outros, quer agnósticos, ou não.

Saramago! Descanse em paz. Rezo por você.

Um abraço cristão do

Tontim


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