Data: 05/05/2009
Nome: CLÁUDIO CÉSAR MAGALHÃES MARTINS
E-mail: claudiocmartins@msn.com
Assunto: Memórias Póstumas de Brás Cubas
Prezado Airton Soares e demais ipuenses,
Sou fã de carteirinha do imortal Machado de Assis. Concordo plenamente com sua análise sobre "Memórias Póstumas de Brás Cubas", um dos pontos altos de nossa literatura. Não obstante alguns laivos de pessimismo, a partir da dedicatória ("Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico, como saudosa lembrança, estas MEMÓRIAS PÓSTUMAS") e da frase final do livro ("Não tive filhos;não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria"), Machado discorre, com profunda e refinada ironia, sobre a miséria humana.
Define-se Brás Cubas (o "alter ego" do escritor) não "como um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço." O cap. VII - "O Delírio" é uma verdadeira obra-prima em termos filosóficos.Mostra a fugacidade das coisas deste mundo e o destino inexorável de todos os homens, ricos ou pobres, poderosos ou miseráveis: a morte. Em suma, as "Memórias" constituem uma leitura obrigatória para todos aqueles que desejam aprofundar-se na literatura brasileira e na arte de bem escrever.
Cordialmente,
Cláudio César
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