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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

PAREDÃO, O AMIGO CONFIDENTE

Data: 04/10/2009
Nome: JOSÉ AIRTON PEREIRA SOARES
E-mail: airton.soares.as@gmail.com
Assunto: ANDE TONHA! [...] “não resistiam aquele ambiente silencioso e sombrio, pecador, talvez, e ficavam por cinco a dez minutos no acolhedor paredão, trocando carícias infinitas..." [...]

- - - - - - - - - - AFAILCA Crônicas 29

PAREDÃO, O AMIGO CONFIDENTE


. . . . . . . . . . .. . Por Abilio L. Martins
Fort. 22 Jan 2002


HOJE, NÃO SEI SE POR DESCONHECIMENTO do valor histórico que se deve dar às nossas praças, aos logradouros públicos em geral, nossos governantes, irresponsavelmente, os descaracterizam, num total desrespeito ao patrimônio histórico do município, bem como a memória dos nossos antepassados e a nossa própria.

NA SEGUNDA METADE DA DÉCADA DE SESSENTA, parece-me, o prefeito municipal do Ipu demoliu para alegria de uns e tristeza de outros, o saudoso “PAREDÃO”.

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TALVEZ NÃO FOSSE BELO,
também não era feio, mas era, sem dúvida,
exótico, atraente, único,
já fazendo parte da história centenária da cidade.
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EM RAZÃO DE SUA ARQUITETURA, era querido e apreciado pelos namorados da época, enquanto a sociedade pudica o detestava.

ABRIGAVA, DURANTE O DIA, OS MAIS VARIADOS TIPOS de pessoas que, sob as sombras frondosas dos oitizeiros ficavam a perpetrar comentários chistosos sobre as pessoas que por lá passavam.

À NOITE, ENTRETANTO, ACOLHIA, unicamente, aqueles casais mais irreverentes, mais audaciosos, mais apaixonados, que tinham o deleitoso costume de namorar em pé, sentindo-se, ambos, o ardor da paixão.

OS CASAIS MAIS DISCRETOS, ao retornarem de seus encontros formais acontecidos nas praças de Iracema ou da Estação, NÃO RESISTIAM AQUELE AMBIENTE SILENCIOSO E SOMBRIO, PECADOR, TALVEZ, E FICAVAM POR CINCO A DEZ MINUTOS NO ACOLHEDOR PAREDÃO, TROCANDO CARÍCIAS INFINITAS, despedindo-se apaixonadamente.

ERA, PORTANTO, O PAREDÃO, o amigo confidente que guardava consigo segredos irreveláveis para não macular a reputação da sociedade da época.
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Fonte: site da AFAI – Artigos – Crônicas, pág. 5
Acesso: 4/10/2009.

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