Texto e foto: créditos para o o Blog Aconteceu Ipu - Afrânio Soares - visite!
As tradições de um Povo consistem na preservação de sua história.
CRÔNICA - E não é diferente no nosso Mercado Público, localizado no Centro da Cidade, para onde converge à população para o seu habitual abastecimento. Foi construído no ano de 1890 pelo Major Quixadá. (Arquivo de João de Marins). Foi construído dentro de uma arquitetura Barroca. Destacando-se a forma de suas portas e janelas, quase em ogivas, uma obra que, como as outras, sofreram as costumeiras modificações na sua estrutura, abalando de modo geral toda sua originalidade. Mas a lembrança daqueles que por ali passaram permanecem vivas e muito vivas entre nós.
Recordo-me muito bem das casas comerciais e seus proprietários. Começando com Murilo Mota e suas Irmãs que carinhosamente eram chamadas de “AS MENINAS”, a loja de tecidos do Sr. Luiz Soares, a bodega do Manoel Aragão conhecido também como Manoel “CATREVAGEM”, a loja do “Quindô Soares” a mercearia do Antonio Melo o nosso bom “PAPA - PIMENTA”, a loja, do seu Antonio Mariano, a bodega sortida de Mauro Mota, contendo uma variedade incrível de produtos, a Casa Pontes, de José Osmar Pontes, era um destaque comercial de Ipu, a loja do Sr. Gonçalo Corsino de Melo, a bodega do Quincas Coelho, do seu Jacob Ximenes do Prado, da sortida casa de Humberto Taumaturgo; da Sapataria do Raimundo Lopes, o gerente era o “Opinião”; a taberna do Antonio Olímpio, a "BIROSCA" do "Mané Rocha”, a Casa Sampaio, o Afonso, o Manduca, o Milton Aragão, foi a bodega mais desarrumada que conheci,o Sr.Chico Soares, da Sapataria de consertos do " MANESINHO FELÍCIO ", da loja do Povo, depois Casa Triunfo de Gonçalo Melo cujo slogan e: “CASA TRIUNFO,O TRIUNFO CERTO DE SUA ECONOMIA” Bodega do Chico Gabriel, vendendo tudo ainda hoje existe. A do Mané rocha ponto preferido pelos que gostavam do quebra Bodega e etc. No interior do mercado os chamados de BARRACÃO, constituído de várias “BODEGUINHAS” de prateleiras de tábuas de caixão de sabão, de Antonio Marcelino, Antonio Pinto, Luiz Bentivi, João Passos, e mais as Bancas de Café da Maria Veado, da Maria Cachorrinho, do Deo Aires e outros tantos, e como não poderia deixar de existir os açougues, que ainda hoje fornecem carnes para nossa população. Na cidade ainda existiam várias casas comerciais: Lima & Cia, Comercio de Ferragens, Instrumentos Musicais, Tintas, Rádios, Espingardas, Louças, Alumínio, Papelaria etc. Armazém Uirapuru, os Armazéns Ceará, a Loja dos Soares, localizada na Rua da “GOELA” com Avenida Cel. José Lourenço, uma verdadeira Casa de Variedades, tudo ali era vendido, do Esmalte à Gasolina. Recordo-me a Caixa registradora, a primeira que conheci, dando aquele toque com uma campainha quando aberta para guardar o dinheiro, e eu ficava tonto para saber onde se dava aquela sonoridade.
Nas noites de Natal era um sucesso. Joaquim e Sebastião Soares comandavam a administração da grande LOJA DE VARIEDADES, vejam, que intuição comercial ainda nem pesávamos em Casas de Variedades e já podíamos ver aqui em Ipu a desenvoltura comercial dos seus proprietários. O seu principal funcionário era o hilariante Vicente Pinto Neto. Uma das coisas mais originais e até mesmo folclóricas era a “CACHORRA DO MERCADO”, uma sineta colocada na entrada do portão lado poente que anunciava às 06 da manhã à abertura do Mercado tocando às 11horas para fechar para o almoço, indo badalar às 13 horas para reabertura do expediente da tarde, tudo isso era cumprido rigorosamente pelos proprietários das casas comerciais existentes no Mercado. Às 15 horas a “CACHORRINHA”, tocava alegremente anunciando a chegada da CARNE, era um momento de vai e vem. E às 17 horas tocava outra vez para o fechamento do mesmo. Ipu foi sempre um Centro de atração Comercial e Cultural de nossa Região. (Crônica e foto enviada pelo Prof. Francisco Mello ao Blog Aconteceu Ipu – afraniosoares.blogspot.com, em 05 de abril de 2010).
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