Por jpMourão - publicado no jornal O POVO
de 28 de julho de 1969, na então
página dos Municípios
Como uma tela, a três quilômetros da cidade, é vista a serra da Ibiapaba. No seu cimo: canaviais, fruteiras diversas, engenhos, tudo de bom e a piscina natural formada pelas águas do riacho Ipuçaba, no próspero distrito de várzea de Jiló.
O povo da cidade quer ir à piscina, aos engenhos e canaviais, enquanto que os serranos querem ir à cidade com os seus produtos para melhor venda e fazer compras. Para a Várzea e vice-versa existem duas vias: uma, a estrada Ipu – Guaraciaba (Ce. 75); a outra é a perigosa escada de pedras, que dizem ter sido feitas pelos índios Tabajaras. Pela estrada Ipu-Guaraciaba, nem toda hora aparece transporte e, quando surge, o preço da passagem é pelos olhos da cara. Caminhando, é muito distante. Portanto como se vê, esta atualmente via é antieconômica, para a Várzea, pois se perde muito tempo. Mas, ao lado esquerdo da decantada Bica do Ipu existe a escada de pedras e que muito encurta o caminho; dali a cidade torna-se totalmente visível, ampla, próxima, atraente para turistas e visitantes.
Em alguns pontos a escalada é realizada verticalmente apoiando-se os seus usuários nas raízes e cipós das árvores. Mesmo assim, a descida da serra Ibiapaba à cidade de Ipu, com maior freqüência para as feiras dos sábados, é feita pelos conterrâneos da serra com cestas de frutas, verduras, tapiocas, pés-de-moleque à cabeça para as feiras pela, até agora, perigosa escada de pedras.
ELEVADOR IPU-VÁRZEA
No plano administrativo do prefeito Francisco Rocha Aguiar, aliás, consta, para estudo — que muito nos alegrou – a reconstrução daquela escada de pedras, o que não resolverá em definitivo e comodamente o problema do percurso Ipu—Várzea de Jiló e reciprocamente. Daí acharmos que não só a escada de pedras deve ser recuperada, mas também, seja instalado – embora rústico mais seguro – um elevador para cargas e pessoas, já que problemas de energia elétrica não temos.
Absurdo? Não. Em Salvador, da Bahia, da cidade baixa à alta, existe elevador e a altura é muito menor. A prefeitura, talvez, não tenha possibilidade de fazer sozinha tal empreendimento, mas poderá fazer em convênio com o Estado. Se o Departamento Estadual de Turismo já considerou aquela escada de pedras como ponto turístico do Ceará, bem poderá o Governador, através deste departamento, auxiliar a Prefeitura a não só recuperar a escada, mas, também, a construir o elevador que reivindicamos para inúmeros benefícios à população ipuense da serra, da cidade e do sertão.
À da serra, porque facilita o transporte de seus gêneros e verduras às feiras; à da cidade e do sertão, porque se beneficiam com compra daqueles produtos em abundância e a preços mais justos, com o barateamento através do transporte mais fácil.
Por outro lado, a escada de pedras recuperada e equipada com elevador paralelo poderá ser, realmente, mais um ponto turístico da terra de Delmiro Gouveia, tendo em vista, que, atualmente, as pessoas mais aventureiras sobem-na e descem-na uns para visitar a Várzea do Jiló e sua freqüentada piscina, formada pelo riacho Ipuçaba, sobre a Ibiapina; outros apenas como heroísmo ou para dar uma olhadela da conhecida “Pedra Grande” ou “Pedra do Descanso” – como também é conhecida – existente no término da escada, para a cidade que é vista como uma paisagem feita de “pinceladas” de alegria. De lá, também é visto o açude do Bonito, da Barrinha, do Macaco, parte do Araras e os verdes canaviais e fruteiras às margens do Ipuçaba e algo mais que a vista alcançar !
afai- fatos histórcios p 01
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