Data: | 07/12/2009 | |
Nome: | JOSÉ AIRTON PEREIRA SOARES | |
E-mail: | airton.soares.as@gmail.com | |
Assunto: | ۞ AFAILCA Crônicas 42 ۞ | |
ESTAÇÃO DO TEMPO 07 de dezembro • 1901 - Cecília Meireles, escritora brasileira (m. 1964). • 1903 - Ary Barroso, compositor brasileiro (m. 1964). = = = = = == = = ► O DESABAFO DE UMA VELHA SENHORA ◄ Por Ricardo Aragão ....................................11:50h - 20/10/2007 Sei que sou uma velha! Sei que estou horrorosa e fétida! Sei que o tempo e a falta de cuidados me deixaram assim! Mas sou vaidosa e gostaria de estar bela como sempre fui! Nem pude acreditar quando soube, outro dia, que iriam me restaurar! Fiquei radiante de felicidade! Pois mesmo uma velha senhora como eu, sente vaidade e vontade de ser bonita novamente! Há alguns anos umas pessoas vieram a mim e, aos meus pés, falaram muitas coisas bonitas; me deram um abraço e foram embora. Depois fiquei sabendo que aquilo era um abraço simbólico que a AFAI teria organizado para tentar me resgatar das mãos da iniciativa privada que, certamente, me faria uma plástica que mudaria todo meu semblante. Nossa, tremi só em pensar nisso! Mas fiquei feliz em saber que alguém ainda pensava em mim com carinho. Pois cheguei a imaginar que haviam me esquecido! quele abraço até que me fez um bem danado! E deu resultado: voltei a ser do povo de minha terra! Mas o tempo voltou a passar (aliás, ele nunca pára)! E com ele, voltei ao esquecimento e à sarjeta, enquanto vi velhas companheiras sendo demolidas para dar lugar a prédios comerciais. Meu Deus, o que o homem estava fazendo com seu passado?! Tive medo só de pensar que a próxima vítima seria eu, embora já tendo sido salva uma vez pela AFAI! Durante alguns anos, muitos zombaram de mim; me machucaram; me depredaram; me fizeram de banheiro e até de local pra fazer escandilices! Coisas horríveis, que uma senhora como eu nem pode mencionar! E assim tem sido até hoje! Outro dia, minhas amigas andorinhas me contaram que houve um grande encontro de gente importante em minha cidade, lá no meu colega Patronato. Mas elas não souberam dizer do que se tratava aquela reunião. Só disseram que tinha muita gente e que muitos teriam vindo de fora em carrões e até em aviões. Estes eu vi passando sobre mim naquele dia! Mas foram meus companheiros pardais que me contaram que aqueles figurões, na verdade, eram deputados. E que estariam ali para fazer uma tal de Assembléia Itinerante. E mais, que EU seria um dos motivos daquela reunião! Fiquei abismada com isso! Eu? Mas por que eu? Por um momento pensei que fossem me vender de novo, mas meus companheiros (e inquilinos) pardais me tranqüilizaram e disseram que alguns daqueles senhores estavam ali para, finalmente, me salvar de um destino cada vez pior. Ufa, que alívio senti! Fiquei radiante de felicidade quando soube que dois filhos de minha terra estavam entre aqueles importantes senhores: eram os deputados Sávio Pontes e Gomes Farias, mostrarando que se interessam pela minha, nossa cidade. Acreditem! Aqueles nobres e importantes conterrâneos doaram suas verbas parlamentares para fazer minha restauração e a de minha velha amiga, uma senhora bem mais idosa que eu: a querida Igrejinha do Quadro! Só não tremi de tanta felicidade com medo de me desmoronar toda! Puxa vida, finalmente eu não havia sido esquecida! Algumas pessoas ainda pensavam em mim e lutavam por mim e por minha companheira Igrejinha! Os pardais ainda me disseram que a Sra. Prefeita, representante administrativa de minha dona (a cidade de Ipu), ainda falou umas coisas lindas naquela reunião. Segundo eles (os pardais), a Sra. Maria do Socorro havia dito que, até daria um terço do custo das obras, mas, já que os deputados da terra tinham doado suas verbas parlamentares, nada restava para ela fazer, senão autorizar o que fosse necessário para fazerem minha restauração e de minha amiga Igrejinha. Disseram-me que foi uma aclamação só naquele auditório! Que beleza, todos JUNTOS para salvar a mim e à minha velha amiga Igrejinha! O Ipu estava sendo colocado em primeiro plano, até mesmo antes dos interesses particulares dos políticos! Nem acreditei! Mas a alegria desta velha senhora durou pouco ou, pelo menos parei se sorrir de tanta ansiedade e aflição. Pois, daquele dia pra cá, nada aconteceu! Exceto uma visita que recebi de dois senhores que, segundo os morcegos que ficam dependurados em meus caibros e linhas, tratavam-se de técnicos do IPHAN. Esses senhores me olharam de cima a baixo, me acharam mal-tratada e fedorenta, mas também se admiraram de minha beleza (pasmem!), pelo menos da beleza histórica, arquitetônica, cultural. Eles fizeram muitas anotações, analisaram meus materiais e até passaram uma régua em diversos pontos meus, como se alfaiates fossem, tirando minhas medidas para uma nova roupa. A propósito, há tempos que mereço um novo vestido, pois o meu está velho, sujo e rasgado! MAS, AFINAL, O QUE ESTÁ ACONTECENDO? VÃO MESMO ME RESTAURAR? Ora! Se as verbas dos deputados Sávio e Farias já foram doadas para a Secretaria de Cultura do Estado e a Sra. Prefeita disse que autorizaria o que fosse necessário para a feitura desse restauro, o que está faltando? Será que tudo vai ficar só naquelas belas palavras? Será que vou ter que esperar mais alguns anos no ostracismo? Será que vou ser vendida de novo? Destruída? Demolida? Gente do meu Ipu... EU SOU DE VOCÊS! CUIDEM DE MIM! NÃO ME ESQUEÇAM! Mas, apesar de tudo, ainda tenho esperanças que hei de dar muito orgulho a todos vocês, não apenas àqueles que se recordam de meus tempos de glória (como no meu aniversário de 50 anos, abaixo), mas, principalmente às novas gerações, que saberão cuidar bem melhor de mim! T O M A R A ! ! ! Assinado: Uma velha senhora chamada ESTAÇÃO. - - - - - - Fonte: do site da AFAI – ARTIGOS- Crônicas, pág. 2 Acesso: 07/12/200 |
A história de um povo também é feita de minudências afetivas e verdades comezinhas.
A CADA MEIA HORA UM PENSAMENTO DI FÉ RENTE
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
AFAILCA Crônicas - 42
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Sete de setembro
ResponderExcluirComemorações,desfile cívico,
Na rua,é tudo verde e amarelo.
O colégiotodo se mobiliza,
Tudo é festa!
Estamos comemorando o quê?
-A Independência.
A independência do nosso país...
Será que temos motivos para comemorar?
Somos,realmente, independentes?
Sem vida
ResponderExcluirO painel que serve de fundo a essa cidade está incompleto,sem cor,sem o manto verde.
Ao olhar,dá-me uma imensa tristeza.Vejo apenas uma vasta cinza,sem a beleza de antes.
Está ausente o principal:a bonita cascata,a melodia natural e a correnteza que percorria o leito do riacho Ipuçaba.
Mesmo assim observo o que resta de bonito:a montanha em si.Apesar de tudo é encantadora por natureza.