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quarta-feira, 11 de março de 2009

Entre Aspas" - Dia da Mulher: o presente errado.

Data: 11/03/2009
Nome: FRANCISCO PAULO ROCHA DE OLIVEIRA
E-mail: paulurocha@uol.com.br
Assunto: "Entre Aspas" - Dia da Mulher: o presente errado.

"No Dia da Mulher, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), deu de presente a elas um show com Dona Ivone Lara. Mulher de fibra, Dona Ivone superou preconceitos vários para ascender ao panteão dos ícones da música brasileira.

Um nome bastante adequado para marcar a data. Quem recusaria um presente desses?

Apesar da carga de simbolismo que o nome de Dona Ivone carrega, tenho certeza de que milhares de mulheres fortalezenses trocariam o presente, se lhes fosse dado a escolher.

Isso, logicamente, sem desmerecer Dona Ivone e, certamente, com a anuência dela.

Esses milhares de mulheres a que me refiro são as mães de seis mil crianças que ficaram sem creche, de um ano para outro, por incúria dos poderes públicos, principalmente da Prefeitura de Fortaleza.

Essas mulheres-mães diriam à prefeita-mulher-mãe, que prefeririam creches para deixar as suas crianças, lugar onde elas poderiam iniciar sua educação escolar, com alimentação adequada e cuidados profissionais.

Elas são trabalhadoras da periferia, que se acostumaram, por imposição da vida, a cumprir à risca o ditado: “Primeiro a devoção, depois a diversão”.

São mulheres que não têm outro modo de sustentar os filhos senão pelo trabalho. Muitas delas são chefes de família e serão duplamente apenadas: vão perder o emprego e a escola dos filhos.

Luizianne Lins se elegeu, por duas vezes, com o apoio generoso dos setores mais pobres da sociedade fortalezense.

Ela tem, portanto, além da obrigação legal, um dever moral com essa população, pois seu discurso político se baseia no “cuidado com as pessoas” e na “inversão de prioridades”, ou seja, favorecer aqueles que foram secularmente desfavorecidos.

Nas matérias sobre o assunto, os repórteres do O POVO não conseguem falar com ninguém na Prefeitura que possa ir além do argumento-desculpa da “falta de recursos”, no que parece ser um descaso indesculpável em assunto de tamanha importância.

Quando o destino de seis mil crianças e suas famílias é assim tratado, alguma coisa parece estar fora de ordem. "

PLÍNIO BORTOLOTTI
Editor Institucional do O POVO
http://www.opovo.com.br/opovo/opiniao/861578.html

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