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Tobias Marques Samapio Cá de longe eu ouço É da barrenta água que desce A sinfonia sobre o lastro de pedras. Em corredeira trepida por sob árvores, Raízes e sobre o lajedo Desfila espumante, ora calma, Ora esfuziante até se ter no Gangão, Onde é mais aconchegante. O tempo não mais tão escuro Mostra um paredão brilhante E vertentes refletem os raios meio inibidos do sol Projetados sobre as rochas. Ainda é uma manhã evasiva, A cidade parada começa a se movimentar E um ou outro veículo sai De um lado para outro, Espalhando água. As salas de aula quase vazias, O comércio, até então, de meia porta atada, Começa a fluir, Aos poucos, dando seqüência à vida. As atividades parecem interrompidas naquele inicio de dia E as dependências das casas residenciais formam abrigos, Literalmente. É água por todo lado. Da plataforma de pedra mais água se esparrama E em cantos estratégicos parece confundir Duas cascatas em profusão equivalente, Bica de Iracema e Bica do Riachão Conquistando o visitante pasmo. A cidade parece viver uma tormenta, Mas nada de inóspito. Vinte minutos depois as ruas fervilham: Ambulantes, feirantes, operários de rua, Enfeitam praças e ruas arregaçando as mangas, Fazendo com que a cidade viva. Uma comitiva se aventura e em passeata Vislumbra-se com a enxurrada da manhã. Vários palpites indicam E o inverno promete um ano de fartura, Salvo as enchentes e trombas d’água. Em meio a trovoadas e relampejos constantes, Nuvens carregadas e escuras insistem, Dia após dia, Sobrevoando e chocando com o horizonte De pedras e vegetação nada uniforme, Aqui e ali não muito distante. Campos e prados se agitam: É gente, animais, pássaros e até insetos em folia. É esperar, torcer E ver as variedades brotando Do campo para os centros urbanos, Gradativamente... afai-artigo-poesia p 12 |
A história de um povo também é feita de minudências afetivas e verdades comezinhas.
A CADA MEIA HORA UM PENSAMENTO DI FÉ RENTE
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terça-feira, 9 de março de 2010
Em Torno da Chuva - Tobias Sampaio
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