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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Crônica

Data: 05/11/2007
Nome: JOSÉ AIRTON PEREIRA SOARES
E-mail: airton.soares.as@gmail.com
Assunto: Li por Aí

Repeto: 11/01/2010
Não há fatos, apenas interpretações
Nietzsche, Friedrich


Por Airton Soares

Gostei, Nietzsche! Sua citação cai bem em meus cursos e palestras, quando estiver falando sobre compreensão e interpretação de textos.

Compreender um fato é analisá-lo em seus mííínimos detalhes. Compreendemos as razões de algo. Já interpretar significa criticar, explicar algo. Trocando em miúdos: interpretar um fato é dar a ele um valor, uma importância pessoal.

E o que é valor? Valor é uma impressão que eu tenho, daí subjetiva, de agrado ou desagrado em relação às coisas do mundo. Entenda-se aqui, coisa no sentido sociológico.

Existem os valores úteis: isto é de meu agrado, aquilo me convém. Valores vitais: necessito disto para sobreviver. Valores éticos: honestidade, respeito. Valores religiosos: aqui é que o \"bicho\" pega.

Ah, quero que você saiba: estou lendo o livro de Irvin D. Yalom. Diz assim na chamada da capa: \"Cem anos após sua morte, Nietzsche é o principal personagem deste romance magnífico sobre o nascimento da psicanálise.\"

Estou no comecinho da leitura. Ainda não sei em que momento você chorou. E aquela idéia de super-homem, do \"Assim Falou Zaratustra.\" que tanto influenciou o mundo moderno? Num dá pra acreditar, sequer, que um dia você pensou em chorar. Não dá mesmo!

Ah, sim, ia esquecendo: posso esticar seu pensamento e falar sobre uma abordagem da psicologia que fez muito sucesso nos anos 70: Análise Transacional. Uma coisa é o que você é; outra, é como você se vê e por último, como vejo você. \"Não há fatos, apenas interpretações.\"

Não quero ser pessimista, mas pressinto que poucos lerão o que ora escrevo. Em sendo assim, espicharei a conversa.

Agorinha, me veio à lembrança um pequeno trecho do livro, de Barris Steven, Não Apresse o Rio, Ele Corre Sozinho: \"Fantasia, diz o homem que lê fatos ao homem que lê ficção, desconhecendo que os fatos são fantasias e, mesmo que não o fossem na hora em que são escritos, passam a ser na hora em que são lidos.\" Será que fui claro, neste parágrafo? Acredito que sim. De qualquer sorte é hora de findar.

Pronto. Agora é tirar as gordorinhas do texto, revisá-lo e reproduzir por aí. Se alguém ler e comentar, ótimo. Caso contrário, procurarei interpretar o fato à luz da razão. Disse, procurarei!

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