Data: 21/06/2009
Nome: CLÁUDIO CÉSAR MAGALHÃES MARTINS
E-mail: claudiocmartins@msn.com
Assunto: Reencarnação e justiça divina
Prezado Dr. Lambari PP,
Há uma passagem bíblica (se não me engano, do profeta Isaías), na qual Deus assim se pronuncia: "Os teus caminhos não são os meus caminhos". Isso quer dizer que a justiça divina segue parâmetros bastante diferentes daqueles obedecidos pela justiça dos homens. Com relação à condenação eterna, os ensinamentos da Igreja Católica ressaltam o livre arbítrio do homem, ou seja: ele se recusa a obter a salvação. É o caso do assassino empedernido que, mesmo na prisão, não se arrepende do crime cometido e planeja, no seu íntimo, cometer novos crimes, tão logo seja libertado. Não creio que sucessivas reencarnações purifiquem o ser humano, mesmo porque ele não tem consciência de supostas vidas passadas.
Vejo nessa doutrina um certo fatalismo, pois estabelece como inevitável o "status quo" vigente, desprezando a força do livre arbítrio do ser humano. No caso de alguém ir para o inferno (para quem acredita em Deus e na vida eterna), a própria pessoa é que opta por esse estado, já que vive neste mundo em profundo conflito com sua própria consciência. Seu inferno já começa aqui e, enquanto viver sobre a terra, haverá possibilidade de que tal situação seja revertida. Após a morte, contudo, sua opção torna-se irreversível, visto que, na eternidade, o tempo inexiste e lá não há passado nem futuro, mas apenas presente.
Cordialmente,
Cláudio César
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