Reencarnação e Espiritismo

Data: 25/06/2009
Nome: CLÁUDIO CÉSAR MAGALHÃES MARTINS
E-mail: claudiocmartins@msn.com
Assunto: Reencarnação

Prezado Dr. Lambari P.P.,

Acrescento mais duas indagações à sua lista:
1) Por que apenas nos Século XIX, com a codificação feita por Allan Kardec, tais "verdades" vieram a lume ?
2) Por que Jesus Cristo, o Filho de Deus, não pregou a reencarnação, mas, através da parábola do rico avarento e de Lázaro (ver Lc 16, 19-31), asseverou que ninguém retorna da eternidade para comunicar-se com os vivos ?
Abaixo, transcrevo um texto de Renold J. Blank contrariando a reencarnação, através de 3 argumentos, os quais, tenho certeza, jamais serão aceitos pelos espíritas.


TRÊS ARGUMENTOS CONTRA A REENCARNAÇÃO

1. A reencarnação joga sobre o homem a culpa de vidas anteriores, das quais ele tudo ignora.

A esmagadora maioria dos seres humanos não apresenta nenhuma lembrança de uma vida anterior. Como podemos assumir uma responsabilidade cármica por essas pressupostas vidas, sem a mínima consciência de nossa culpabilidade anterior? Sem consciência não existe a responsabilidade moral. E nesse caso, é exatamente a consciência que falta. Por essa razão, é uma contradição ética dizer que o homem deve assumir responsabilidades por atos cometidos numa vida anterior, dos quais ele não tem a mínima consciência.

2. A atitude evolutiva da lei do carma implica uma atitude de orgulho espiritual.

O Espiritismo moderno sustenta com vigor a convicção evolutiva.
O homem é capaz de reprogramar o seu carma.
O homem, com seu próprio esforço, é capaz de progredir.
O homem é capaz de autopurificar-se. O homem, em última análise, conquista por si mesmo a sua salvação. Tudo por seus próprios méritos. Tudo isso por causa de sua vontade humana.
O próprio homem constrói, através de seus esforços, a plenitude de sua existência.

Tal doutrina reflete, assim, de maneira muito clara, a atitude de um homo faber ocidental, quer dizer, com aquela convicção orgulhosa de que “nós temos tudo sob controle.”

Tal orgulho implica sempre o perigo de uma supervalorização do próprio ponto de vista, com a conseqüente tendência de um doutrinarismo intolerante.

Esse orgulho leva o espírita a não precisar de Deus, reduzindo-O ao simples papel de coadjuvante na difícil tarefa de reprogramar o carma.

3. A reencarnação não explica o crescimento demográfico, sem cair em contradições.

O problema em questão é, no fundo, um simples raciocínio lógico. Admitindo que as pessoas humanas, hoje vivendo, são almas que já viveram uma ou várias vezes em outros corpos e agora reencarnaram em novos corpos, como explicar o crescimento demográfico ? Se há 20 anos a Terra tinha 5 bilhões de habitantes e hoje tem mais de 6 bilhões, temos agora encarnadas número superior a 1 bilhão de almas a mais do que há 20 anos atrás.
De onde vêm essas almas a mais ?

Se há 20 anos havia 5 bilhões de almas prontas para reencarnar após a morte do seu corpo, então deveríamos ter de novo 5 bilhões de corpos, nos quais essas almas reencarnaram. Mas temos mais de 6 bilhões. Como explicar esse fato ? Dizer que essas almas reencarnariam, ao mesmo tempo, em mais de um corpo, levaria a contradições dentro da própria doutrina, sem falar na problemática psicológica. Surge daí a teoria das almas gêmeas, altamente discutível.

( Extraído do Livro REENCARNAÇÃO OU RESSURREIÇÃO: UMA DECISÃO DE FÉ, de Renold J. Blank, Editora Paulus)