AFAILCA – CRÔNICAS - 06

Data: 02/06/2009
Nome: JOSÉ AIRTON PEREIRA SOARES
E-mail: airton.soares.as@gmail.com
Assunto: (...) AI QUE SAUDADE QUE EU TENHO, DAS...”os auto-falantes, as missas e novenas do padroeiro São Sebastião, as donzelas meigas espiando das janelas, as festivas feiras do sábado, onde até JUMENTO cantavam, além do vozeiro dos matutos...”

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SAUDOSISMO

Por Paulo Rogério Aires Martins

Não só o fio d’água que escorre e banha teu corpo faceiro de curvas sensuais cantadas por teus poetas, me arranca também um fio de lágrima, mas, os prédios escolares, o tamarindo, o banco da praça, os auto-falantes, as missas e novenas do padroeiro São Sebastião, as donzelas meigas espiando das janelas, as festivas feiras do sábado, onde até JUMENTO cantavam, além do vozeiro dos matutos; o bloco de vozerio e de seresteiros nas noites de luar, o teu belo cine teatro... extinto (saudades, tristeza...)

Ipu, amada terra, vejo-me agora sobrevoando-te e te amando mais ainda, embora cheio de saudade e lembrança...

Toma pois, um pouco d’água dos meus olhos, destes meus olhos que um dia olhou, sentiu a admirou aquela tua beleza tão natural, hoje politizada pelo progresso, pela ciência, pela técnica.

Mesmo assim os teus filhos continuam te amando, te cantando, te exaltando porque mesmo transformada, continua linda.
Saudoso, te faço este poema canção:

LÂMINA D’ÁGUA
Lâmina d’água pingente, que alisa as pedras do Ipu
Derrama um pedaço do céu, sobre a terra,
Lava a minha dor, leva esta canção pra IRACEMA,
Diz pra ela que apesar do progresso,
Violões choram em versos nas ruas, as saudades do gangão,
Do Bar Cruzeiro.
Dos namoros matutos na festa de janeiro.
Água do Ipu, me faz flutuar
De amor ao luar no teu leito azul(bis).
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Fonte: site da AFAI – Artigos – Crônicas - sem data – pág. 15 – Data de acesso: 020609
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