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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Não vá ao Castelão


Data: 26/04/2009

Nome: FRANCISCO PAULO ROCHA DE OLIVEIRA
E-mail: paulurocha@uol.com.br
Assunto: Não vá ao Castelão.

Toda véspera de jogos com expectativa de grandes públicos, o “comando” da Polícia Militar do Estado do Ceará anuncia que a segurança será reforçada.

Pura balela. Conversa pra torcedor dormir.

Em todo clássico Ceará x Fortaleza, as cenas de pânico se repetem, por despreparo da polícia. Uma providência básica, como a utilização de separadores de filas (até mesmo com simples cordas) para formar corredores e organizar a entrada do torcedor nunca foi tomada.

Sem isso, milhares de pessoas (entre elas crianças e mulheres) se aglomeram, umas empurrando as outras até alcançarem as catracas de acesso ao estádio. Tudo isso assistido por poucos, mas, violentos policiais, que montados em cavalos, não estão nem aí para o sofrimento do torcedor. Quando resolvem agir é para aumentar o pânico, jogando seus cavalos contra a multidão.

Covardia!

Quem consegue adentrar ao estádio, passa por uma segunda etapa de sofrimento. As instalações do Castelão são precárias e sem um mínimo de conforto para o torcedor. As cadeiras, na sua grande maioria, são quebradas. Os banheiros são imundos. A exploração por parte dos vendedores ambulantes é descarada.

Um copo de 250 ml. de refrigerante é vendido por R$ 3,00. Numa embalagem pet de dois litros o ambulante consegue faturar R$ 24,00. Espetinhos, sanduíches, queijos, tripas e outras porcarias são vendidos em tabuleiros sem a menor condição de higiene. A venda de cerveja é proibida (o que é certo), mas por outro lado a venda e o consumo de cachaça é livre.

O tráfico de “celular” (garrafinha de bolso de cachaça) é feito abertamente nos bares e pelos ambulantes. No intervalo da partida, os corredores de circulação do estádio se transformam em mictórios. Todo irresponsável urina onde bem quer, sem ser incomodado pela inoperante polícia.

Se já não bastasse tudo isso, a terceira etapa é a mais angustiante. É o momento mais tenso do cidadão de bem. Primeiro conseguir descer as rampas do estádio sem ser roubado. Se mulher, sem ser molestada. Depois, alcançar seu transporte sem ser agredido e assaltado. E por último chegar em casa sem ter o seu veiculo particular ou coletivo apedrejado.

Por isso, recomendo as pessoas de bem, que fiquem em casa. Não coloque em risco a sua integridade física. Proteja seus familiares.

Não vá ao Castelão.

Paulo Rocha

Este meu artigo foi publicado no BLOG DE ESPORTES DO "O POVO" com o titulo: DESABAFO REAL.

LINK do BLOG :http://blog.opovo.com.br/Esportes/#P91717

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