Data: 14/02/2009
Nome: HENRIQUE AUGUSTO PEREIRA PONTES - GUTO PONTES
E-mail: guto@secrel.com.br
Assunto: Poesia de Itanira Soares
Esta outra poesia de Itanira, O CHORO DA ABIAPABA, também enviada pela Lucila Aires, ela fez há muito tempo quando foi asfaltada a estrada da serra.
Compartilhando.
Abs,
Guto.
O CHORO DA IBIAPABA (Quando colocavam asfalto na subida da serra)
O tempo, o mundo...
Ó desgraçada ciência!
Arrebenta o real da natureza
E diz apenas: É o progresso!
E a serra negra e fria
Em prantos rola a chorar.
Paredes úmidas, pálpebras de saudades...
Os olhos não cansam...
E as lágrimas não secam.
São lágrimas das pedras,
Que não param de chorar.
E a serra negra e fria
Tal qual o verde Amazonas,
Luta contra o gigante aço.
No Amazonas o verde cai;
Na Ibiapaba o negro rola.
Lá, a floresta geme,chora e se esbarra ao chão...
Aqui, a serra grita, tomba e se espedaça...
Embaixo é o abismo-leito
Que a recebe para a eternidade.
E a serra negra e fria,
Em prantos rola a chorar.
E no baque da longa metragem
Elas, pedras partidas da Ibiapaba
Num abraço estrondoso
Se apertam sorrindo e dizendo:
“Até as pedras se encontram”!
Máquinas-mãos de aço,
Criminosas mãos!
É o bruto estopim jogado contra o talhado,
É o veneno da dinamite
Que corrói o coração das pedras,
Que não têm, como dizem, ”coração de pedra”,
Pois vive a chorar o olho d’água da Ibiapaba.
E a natureza bela e pura
Apenas vê o natural desfeito,
O talhado a chorar,
O asfalto negro, invasor das pedras,
Infame quente com suas armadas de ferro,
O choro das velhas pedras,
E o sorriso das grandes máquinas.
Data: 14/02/2009
Nome: HENRIQUE AUGUSTO PEREIRA PONTES - GUTO PONTES
E-mail: guto@secrel.com.br
Assunto:
Recebi da minha dileta amiga Lucila Aires, esta poesia da ipuense Itanira Soares, irmã do Jurandir Soares. GUARDIÃS DE MINHA RUA foi uma homenagem as Mungubeiras da Rua da Goela.
Compartilho com todos!
Abs,
Guto.
GUARDIÃS DE MINHA RUA
Mungubeiras! Mungubeiras!
Foste a babá de meus dias idos,
A militância dos meus dias atuais,
Guarda fiel dos passos de meu Pai;
És sombra fagueira e altaneira de meu rincão,
A herdeira cativa, daquele centenário chão.
Filetes de sonhos,
Cheiro de rosas,
Fantasias da minha adolescência,
Radar de prosas, risos, inocência.
Mungubeiras! Mungubeiras!
Guarda a minha rua
Nas alturas tuas,
Guarda a minha saudade
Na tua eternidade.
Mungubeiras! Mungubeiras!
Se já se foi de minha rua a PUREZA,
Não se foi da terra o coração.
Ronda sua alma com certeza,
É ELA também sua guardiã.
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