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sexta-feira, 2 de julho de 2010

ORATÓRIA - ESTILO I - FARIAS NETO

Data: 01/07/2010
Nome: Farias Neto
E-mail: fariasnetolettras@hotmail.com
Assunto: Estilo I

A REGRA diz que aquele que vai ministrar uma palestra, sobre determinado assunto, deve, em primeiro lugar, conhecer o público alvo. No entanto, isso vale mais para o setor empresarial (daqueles que ensinam como ser um grande vendedor) e é regra para os cursos de retórica que “ensinam” como falar em público.

ALGUÉM que se dispõe a ouvir uma palestra deve ter em mente que ela o ajudará a entender sobre determinado assunto e que o palestrante é um especialista na área, profundo conhecedor do assunto. Assim, não é o palestrante que tem de se moldar ao seu público, mas o contrário. Neste caso, o “dono da palavra” não deve discursar para agradar a ninguém e muito menos elogiar A ou B. A escolha do estilo retórico, no caso, não é tão importante, basta ao palestrante dominar a sua área de conhecimento e saber usar bem o vernáculo. O seu sucesso depende do fato de que o seu público seja, minimamente, iniciado no assunto da palestra.
Ele não deve se preocupar com o fato de que sua palestra será boa ou ruim, mas expor o seu conhecimento sobre o assunto. Se alguém não gostar, dane-se, talvez não tenha conhecimento suficiente para entendê-lo. Essa de aprender a falar em público e usar regras tais como: a escolha adequada da linguagem do corpo (saber andar no palco, com velocidade X, fazendo movimentos compassados), saber usar o microfone, ser elegante na voz etc, são coisas para alunos que se tremem diante de um público. Isso não se aplicar a um intelectual conceituado em sua área do conhecimento. Lembrem-se que estou falando de uma boa palestra.

O mesmo não se dar na hora de escrever um texto qualquer. É claro que a construção do texto deve levar em consideração o público leitor. Se for uma escrita jornalística, há regras que deverão ser seguidas, para além do domínio da língua, como ser claro, direto, preciso, conciso, objetivo. Para isso, deverá usar frases curtas e evitar intercalações excessivas ou ordens inversas desnecessárias. Se o seu texto for uma redação para concurso, além de seguir as regras pedidas na proposta, há uma série de exigências que deverão ser seguidas, o mesmo vale para monografias acadêmicas e assim por diante.

NO ENTANTO, qualquer que seja a construção textual, há regras comuns que deverão ser seguidas para o sucesso da escrita. A sua observância, na construção de um simples texto para o LV da Afai, assim como para um trabalho monográfico (acadêmico), habitua o escritor a construir textos leves, que fluem e que dão prazer na sua leitura (é lógico, para quem gosta de ler!).

ALGUMAS REGRAS para a construção de um bom texto (por enquanto, só quatro lições):

1. A NÍVEL DE: expressão (galicismo) muito utilizada por intelectuais brasileiros e portugueses. Seu uso só se justifica quando se pretende indicar movimento como no exemplo: “a inflação elevou-se a níveis intoleráveis”. Para se referir a um âmbito, uma esfera, deve-se usar “em (no, nos) nível(is), como no exemplo: “a legislação no nível federal”. No entanto, vai outra dica: o melhor é suprimir a expressão, pois ela geralmente não tem nenhum significado. No último exemplo basta dizer “a legislação federal”. Pretensos intelectuais, aspirantes e pedantes fazem amplo uso da expressão, aparentemente elegante, e ainda acham que estão abafando e enchem a boca para dizer: “as escolas A NÍVEL DE estado... Ai, ai, ai, ai.... Leia mais! Não me decepcione! Faça boas leituras...

2. COLOCAR/colocação: “colocar”, significa “pôr”, introduzir, e não “afirmar”, “propor”. Por isso não fazem sentido frases como “as colocações de Fernando Pessoa”.

3. EM TERMOS DE: expressão carente de sentido e, portanto, dispensável. Em vez de se dizer e escrever: “a educação em termos de Ipu” (avéeeeemariiiiiiia!), basta dizer, a “educação em Ipu”.

4. ATRAVÉS DE: “através de” só pode ser empregado em frases que indicam o “atravessamento” de algo num meio. Por exemplo, “a luz veio através da janela”. Portanto, não tem sentido frases como: “recebi sua carta através de fulano” (eita!). Neste caso, sua anta, use “por meio de”!

Por hoje é só!

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