A história de um povo também é feita de minudências afetivas e verdades comezinhas.

[ Portal do "AS" - esprema AQUI ]

A CADA MEIA HORA UM PENSAMENTO DI RENTE
>

terça-feira, 9 de março de 2010

A festa do Reencontro

A Festa do Reencontro

Tatais - 9 dez 04

Seu Chico, lá vem janeiro
no dia 15 será
o reencontro por lá
tu sabe donde é o terreiro

Pois se prepare, parceiro!
Traga seus trapo prá cá
sua terra é o Ceará
Pernambuco é estrangeiro.

Vou bater a roupa xuja
vou pentear o cabelo
corto as unha, escovo os dente

lanço extrato de lambuja
só cumpade módi vê-lo
NA FESTA TU MAIS A GENTE.

Tatais - 2jan05
Num posso ir este ano
pro reincronto do Ipu
cumpade Abilho vai tu
leva o Xico Parnaibano
meu fiio tá se formano
dia 15 de janeiro,
é balhe,é festa, é retrato,
num tá aqui fica chato
ninguém tem dois paradeiro.

Abilio Martins - 3jan05
Lamentamos profundamente
A sua ausência sentida,
Mas muitos janeiros virão
Com gaitas e violão.

O nosso Quadro querido
Por certo sentirá
Nesse 15 de janeiro
A ausência de um grande amigo.

Júlio Torres- 3jan05
Ninguém tem dois paradeiro.
Num ta lá também é chato.
Lá também vai te retrato,
Baile e festa o dia inteiro.
Um novo Ipu se formano,
Nova administração chegano...
Parnaibano vai por tu,
Mas, pro encontro do Ipu,
Tu tem que ir para o ano.

João Antonio Martins - 3jan05, do Rio de Janeiro
Amincê num vai est'ano
N'outro tarvez eu num vá
Pelo mermo iguá mutivo
Meu fio vai se fromá
Já fico inté pensativo
Adispois eu tarei vivo?

Muito longe e aperreado
Ponho a mente a escuitá
Mas sem gaita o violão
Pode inté nao s "atrapaiá
Mas fica fartando um bucado
Mermo cum mestre Alencar

Dá um jeito criatura
Ou tem qui te deprecá?
Mestre chico mais ocê
Somado cum Zé de Alencar
Pulo nome da curtura
Dá um pulinho pru lá!

Tatais - 4jan05
Mas vô lá no pensamento
toco frauta e rialejo
todo dia inda me vejo
atrepado num jumento
lembro a image e entonce sento
viajando ao São Mateu
essas coisa num morreu
nem morreu o sentimento
nos jacá Eunice e eu
desfrutando aquele vento.

Chico Parnaibano - 5jan05, de Pernambuco
O Relampio clariou no céu,
a serra grande estremeceu
enrolada no trovão.
A hora é do sol poente
alumiando prouto dia
do lado do Japão.
Homi se aveche,
pegue logo o seu matulão.

Entrei na curva do vento
e levo minha mocidade
vou chegando divagar
pelos alto dos catorze,
na rua goela eu entro
e chego na igrejinha
tangendo minha saudade.

A vida é assim mermo
vai pra frente e vai pra trás
ano passado num vim
e agora é o Munsinhô tataz.

Dançar festa de valsa
ou festejar lá no Ipú?
Venha tocar pru seu povo,
rialejo, flauta e piano.
Breguedé tá ti esperano,
Alencar afina a viola,
Escolteirin ispana o banjo
isperano o grande irmão
com sua isfamiação.

TUM, TUM, TUM!
FALOU O MESTRE DA FESTA:
"Esta é a grande dúvida
Taí a confusão.
Toin Fio prefere a festa da valsa
e dos colegas aclamação?
Num tem pau qui num intorte
nem sol que não alumie.
A luz corre pra frente,
atrás a escuridão.
Sêo Tataz se oriente,
apele ao martir santo
uma boa solução."

Vou pular o portão do tempo
comprar minha passagem
e acabar cum a saudade
qui istraçaia o coração.

Tatais - 31dez04
Só Deus tem dois paradeiro
quem quer tombém come cru
em Fortaleza e no Ipu
correr nos dois qué dinheiro
já trabaiéi dia inteiro
mode ficá discansano
mais só entrei pulo cano
vendo pur pombo urubu
num sô o Parnaibano
ladrão qui nem guabiru.

Tatais - 4jan05
Quonde eu brigo deixo aceiro
espojeiro prá jumento
quonde brigo sou nojento
fico em pé por derradeiro
só Deus faz meu paradeiro
pois sou que nem caititu
viro os óio fico azul
bato em tudo que é Mocó
ranco as tripa e dou um nó
derribo inté belzebu.

Júlio Torres - 4jan05
Belzebu já é caído
Derna do tempo de Adão,
Precisa derribá não,
Pois já tá muito sofrido
Derna qui Adão foi traído.
Se Deus faz teu paradeiro,
Cresce mais, meu cumpanheiro,
Qui espojeiro prá jumento
É pequeno e é nojento,
Num chega nem sê aceiro.

Júlio Torres - 5jan05
Ladrão qui nem guabiru
> Tu diz qui é o Parnaibano.
> Comprô dele um urubu
> Pensano num pombo, mano?
> Si tu ficá discansano
> Vai acabá sem dinheiro.
> Vai trabaiá cumpanheiro,
> Em Fortaleza e no Ipu,
> Pois, si não, vai cumê cru.
> Só Deus tem dois paradeiro!

Chico Parnaibano - 6jan05, de Pernambuco.

Me vala São Bento,
Valeime São Benedito,
Acode Major do Dia:
Derne meu tempo de alfaiate
quondi vivia no Ipú,
nunca ví tanta rima rica,
purriba da letra "u"
fazendo progolodia,
do jumento ao Onipresente,
passando pru pombo e arubu,
das tripas do mocó
pru boi zebú dar um nó,
caititu do oi azul,
inté parnaibano ladrão de urubu?

JoãoOntoi tá procupado
prumode ninguém faltar,
Dia 15 é o reencontro,
no quadro da igrejinha
o terreiro do lugar,
Saveche Puta Loura,
desapregue lá da serra
do seu sítio no são joão,
calce as percatas de festa
e venha pru quadro
tocar pife e ganzá.

Seo Tataz...
quem sabe sim, talvez não.
O som de sua gaita
se transporte pelo vento
para fazer animação.
Seu caso é do martir santo
com uma boa solução.
Chico Parnaibano, bebendo garapa doida no sitio de Chico Leite - São João.

Júlio Torres - 6jan05 – Rio de janeiro
Tô bem longe do Ipu,
E tombém do Pisferrêro,
Tô no Rio de Janêro,
Pur aqui tá tudo azu.
Tá quente qui só no inferno,
Tumara qui tenha inverno...
Como diz a minha mami:
Noé foi qui teve sorte,
Livrou a famía da morte
Na maió das Tisunami.

Tataz - 6jan05
Tu fugiu pro Ridjanêro?
Cuma pode tá no Ipu?
Pois disprega o mucumbu
hoje já é seis de janeiro!
Corre, Zé, e vem ligêro
dia 15 é o festão
20 é de São Sebastião
mais já sabdo é dia do Frade
tô morreno de vontade
mais num posso, num vô não.

Júlio Torres - 7jan05
Eu só num vô pá do Frade,
É impussíve, num vai dá,
Mais mandei uma poesia
Pro Duminguin Musicá.
Pode avisá prá negrada,
Dia 15 tô na latada
Preparada pro festão,
Tô longe, mais sô nojento,
Num ando mais de jumento,
Ando, agora, é de avião.

Tatais - 7jan05
Qui tu anda de avião
tu te assombra inté cum bonde
tu correu de medo quonde
viu o bicho inda no chão
tu anda de caminhão
ou no lombo de jumento
tu sente inté abafamento
sem zoada de chucai
Se tu num qué ir num vai
mas num tem discurpamento.

João Antonio Martins - 9jan05 – Rio de Janeiro
Discurpa eu seu Tatais
Qui a sentença prolatô
Num moro nesta cidade
Mas afirmo pru sinhô
Eu vivo aí de verdade!
Tu tão pertin e não vais
Eu tão longe é qui num vô.

Adimais tens gaita e "gaita"
Dá um pulin pra' aculá,
As duas nunca te farta
Num tens jeito pra fartá,
Deixa os retratos tirados,
Te ajunta cum o Alencar!

Vá espiar o Mestre CP
Rimando Deus cum jumento.
Apalestrante e faceiro,
De baixo do firmamento
Pra sigurá esse homi
Cum assaz sabiduria
Somente vossa mercê.

E eu aquí aperreado
Neste Rio de Janêro,
Cuma bem dissestes Tu
Ninguém tem dois paradeiro.
Minha única apelação
è pro mesmo Sebastião,
O daquí e o do Ipu.

Chico Parnaibano - 8jan05 – Recife/Pe.
Imagine seu Tatais
se o trem virasse um avião
serpente de fogo celeste
isparramando brasa
do sete estrelo ao sinsalomão.
A gente ia na lua
tumava a bença a São Jorge
abeirava ali pur perto de marte
e se apeiava em plutão.

Viajar só de avião
viajei de norte a sul
fui de belém do pará
pru rio grande do sul
trevessei o continente
e conhecí o japão.
agora vou pru Ipú
vou rever a minha gente
beber a garapa quente
e tumar bain no gangão

afai-artigo-poesia- p11

Nenhum comentário:

Postar um comentário