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domingo, 9 de agosto de 2009

Abílio Martins - Crônica: CONFISSÃO DE UM ADOLESCENTE

Data: 08/08/2009
Nome: JOSÉ AIRTON PEREIRA SOARES
E-mail: airton.soares.as@gmail.com
Assunto: ACADEMIA IPUENSE aiLca 06

Sábado 8 de agosto de 2009 0:57


CONFISSÃO DE UM ADOLESCENTE

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . AFAILCA Crônicas 19

Por Abílio Lourenço Martins

MEUS QUERIDOS CONTERRÂNEOS: corajoso, permitam-me narrar um fato, dentre muitos que marcaram a nossa adolescência, quando morávamos no inspirador e poético QUADRO DA IGREJINHA, berço da bela cidade ipuense.

NA DÉCADA DE 60, mais ou menos na sua metade, costumávamos jogar futebol no atraente “Campo do Osório”, terreno do Senhor José Margarida, localizado às margens do riacho Ipuçaba. Lá, naquele sugestivo local, apenas os belos canaviais e os frondosos mangueirais eram os únicos espectadores. A assiduidade e a pontualidade dos meninos do Quadro era britânica, não somente pelo amor àquele esporte, mas porque algo muito forte os prendiam.

OS MORADORES DAS CASAS DAQUELA PRAÇA, cujos quintais privilegiados eram banhados pelo Ipuçaba, tinham, eles, o hábito cotidiano de banhar-se naquelas águas.

NÓS, SABEDORES DE TÃO PROVOCANTE COSTUME, saíamos do jogo antecipadamente em torno de 6, às vezes 10 garotos e, trepidamente nos posicionávamos nos altos galhos daqueles mangueirais amigos, aguardando e torcendo para que surgisse, entre os canaviais, UMA BELA DESCENDENTE DOS “TABAJARAS”.

ÀS VEZES, ÉRAMOS FRUSTRADOS com presenças amigas, mas indesejáveis, tais como o saudoso Lampião, o Mudo do Sr. Zé Joca, dentre outros. Outras vezes, valia o esforço, o perigo de subir em tão altas mangueiras, para vislumbrar de perto a beleza plena de uma mulher, desconhecida pela maioria desses jovens e curiosos adolescentes.

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Tudo isso ocorria no MAIS ABSOLUTO SEGREDO,
quando certo dia, apostos em nossos galhos
avistamos surgir em nossa direção uma
bela e fascinante jovem.
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TRAZIA, CONSIGO, NUMA DAS MÃOS, uma pequena bacia, com roupas íntimas, talvez. Na outra, arrastava uma toalha, onde, mais tarde, aqueceria aquele corpo sedutor – pensávamos nós.

AO SENTIR A SUA APROXIMAÇÃO FICAMOS NERVOSOS, aflitos e ansiosos. Entretanto, de todos, o mais nervoso era o seu irmão que, assim como nós, estava muito bem posicionado. Angustiado, nos falou: - É minha irmã, eu vou avisar. NÃO FAÇAS ISSO, respondemos todos incontinenti. Pois assim o fazendo seremos todos descobertos, bem como a nossa estratégia.

Para a felicidade do colega e nossa completa frustração, a bonita jovem, talvez sentindo o cheiro de meninos traquinos, agachou-se, lavou pequenas peças e saiu fogosa, bonita e faceira por entre os canaviais.

AH! COMO VOCÊS SÃO BELAS
MULHERES DO IPUÇABA!

Fortaleza, dezembro, 1996
. . . . . . . .
Fonte: site da AFAI – ARTIGOS – CRÔNICAS – pág. 11
Acesso: 080809

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