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terça-feira, 9 de março de 2010

Versos Populares - Tatais e Chico Parnaibano

Versos Populares

Versos Populares

Tatais, São Paulo, 20 jul 04
Dorme, Chiquim, fecha os ói,
hoje num tás prá brinquedo
nem pr´ escutar os inredo
ôi qui cuxila num dói
hoje nóis tamo sem trói
sem camião na rodage
sem buqueirão nem visage
sem puxapuxa alfinin
sem cachoera na vage
sem peixe do ipuzim

Tatais - São Paulo, 20 jul 04 – 01h05m
Hoje o Abil tomém dorme
tudo morreno de sono
hoje a durmida é enorme
hoje o Ipu num tem dono
hoje inté galo tá pono
hoje inté touro dá leite
hoje inté véi bota infeite
hoje galinha tem espora
num tem ninguém qui impeleite
sair da porta prá fora.

Tatais – São Paulo, 18 jul 04
Se não for cabra daqui
mas dos Inhamum prá baixo
furo logo assim que acho
seja ou não do Maurity.
Se é comedor de pequi
é cabra sem condição
dou-lhe logo a extrema unção
é cabra folgado e imundo
meto o dedo no Cidrão
desacato todo mundo.

Chico Parnaibano – 18 jul 04 – 10:43PM
Nas imbuanças da vida
me chamo de Jatoba
cabra do pé derramado.
Nas direita sou bonzin,
nas esquerda sou pesado.
Mestre Tatais tá raivoso
com o tal do cidrão,
ja deu pimbada, dedada
e até istremaunção.
Tombém só por disaforo
douli uma, douli duas,
douli três dedadas
no fringido do cidrão.

Tatais, 18 jul 04
Pois fique brabo, cumpade,
seje homi qui nem sô
qui em brabice sô dotô
me pôr no chão ninguém há-de
Já rezei, já quis ser frade
batizei de mintirinha
lá no Quadro da Igrejinha
bati sino e cumunguei
mas num falo nunca fino
sô valente des minino
correr de medo num sei.

Tatais, São Paulo, 18 jul 04
Ôta coisa, Jatobá:
deixe de ser tão fobista,
eu já vi você na lista
de segurar no jucá
me dixeru tombém já
qui você é cabra frouxo
e quem tiver troço roxo
bota você na carreira
chora, geme e se apaixona
bota saia de bichona
se foba qui é costureira.

Chico Parnaibano, 18 jul 04 – 11:38PM
O Dotô quando fica brabo
come brasa e peida fogo.
Bebi cana de piojota
e espuma pelo buraco da venta.
De coroinha a santo frade
quage senta praça na igrejinha.
Hoje em dia é federá
aposentado de valor,
quando se esparrama seu Dotô
delegado fala fino,
tenente come serpente,
tombém grande poeta
e quando pega na viola
é da tampa pipocar.

Tatais, São Paulo, 19 jul 04
Queimo o Cidrão sem ter fogo
sopro fumaça por riba
chupo veneno de briba
como galinha cum gogo
ganho inté diabo no jogo
rezo in latim mais o pade
sóço já fui do Bin Lade
papo cum ele inda puxo
sô muito amigo do Busho
solto o Sadam de suas grade!

afai-artigo-poesia- p13

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