A história de um povo também é feita de minudências afetivas e verdades comezinhas.

[ Portal do "AS" - esprema AQUI ]

A CADA MEIA HORA UM PENSAMENTO DI RENTE
>

domingo, 1 de novembro de 2009

Tintim - Dalinha

Data: 29/10/2009
Nome: RICARDO MARTINS ARAGÃO
E-mail: ricardo.boris@gmail.com
Assunto: Aniversário de Dalinha


O PRESENTE FOI MEU!

Na noite de ontem (28) estive em Ipueiras prestigiando minha amiga Dalinha Catunda, na festa de seu aniversário, realizada em seu sítio-fazenda para familiares e amigos.

Foi uma noite formidável, como diria meu avô Antônio Martins! Tive a grata oportunidade de conhecer parentes (família Aragão) e muitos amigos de meu pai, que residiu um tempo naquela aprazível cidade quando trabalhava como fiscal do Banco do Brasil.

A aniversariante não cabia em si de satisfação e alegria. Aliás, alegria, bom humor e alto astral são atributos natos da Dalinha, que deixa esses sentimentos sempre à mostra, irradiando para os que a rodeiam. É, de fato, uma figuraça!

Mas o ponto alto da noite, pelo menos para mim, foi um agradável e enriquecedor bate-papo com o Sr. Expedito Catunda, o pai da Dalinha.

Seu Expedito, um senhor de 93 anos e com a lucidez de um jovem, me contou histórias de meu pai, de meus avós Bitião e Antônio Martins e até de meu bisavô João Tomaz Lourenço, o "Seu Joãozinho", como bem disse o seu Expedito: "...meu jovem, eu ainda lembro das roupas que o seu Joãozinho fazia pra mim. Elas não existem mais, mas eu lembro de todas. Era um bom alfaiate!". Referindo-se ao meu bisavô João Tomaz, que exercia o ofício de alfaiate em Ipueiras.

Como adoro assuntos de família, aproveitei e explorei ao máximo aquela cultura viva. Aí não faltou assunto! Seu Expedito me contou histórias do meu avô Antônio Martins, quando residia na Fazenda Carão, onde, inclusive, nasceu minha mãe Celininha e minha tia Adelaide (Dada). Contou-me sobre as peripécias do meu avô, montado em seu Alazão pela cidade de Ipueiras. Homem até temido por muitos, haja vista o porte avantajado e seu estrondoso vozeirão... sem falar que quando tomava umas “zinebras”, gozador como era, valia-se de suas características físicas para amedrontar alguns desavisados, adentrando em bodegas montado no Alvorada, entre outras estripulias. Mas, sem jamais perder sua natureza pacífica e de homem íntegro.

Certo momento, tomado pela curiosidade e no afã de sorver mais daquele vasto conhecimento, indaguei: - Seu Expedito, e quem foi que amansou o Martinzão? (evidentemente, sabendo da resposta). No que obtive a irrefutável afirmação: “Ora, foi a filha do Seu Joãozinho, a Auri!”. Nota: minha avó tinha pouco mais da metade do tamanho do meu avô. E, cá pra nós e a torcida do Botafogo - como diria o Tontim – soube “domar a fera” direitinho!

A vontade de continuar “explorando” o Sr. Expedito Catunda era infinita, pois para cada assunto que eu puxava, o homem tinha uma história riquíssima em detalhes que só quem tem a experiência de quase um século de vivência tem a autoridade para contar. Por isso me ofereci para lhe fazer uma visita em breve, para ouvir mais daquelas histórias. Até falei que levaria minha mãe e tios para lhe conhecer e também partilhar de seu conhecimento de causa e de causos. “Ora! Pode vir que será um prazer!”, asseverou o Sr. Expedito, demonstrando muita satisfação pelo meu interesse em suas histórias.

Enfim, conforme mencionei acima, foi uma noite formidável, que certamente não esquecerei – nem desejo jamais tirar da memória!

Devo isso tudo à minha amiga Dalinha Catunda que, em vez de ganhar, acabou, involuntariamente, me dando um presente de valor inestimável.

Muito obrigado, minha madrinha e amiga Dalinha!


Ricardo Aragão
Outubro, 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário