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domingo, 29 de novembro de 2009

Relojão da MATRIZ

Data: 28/11/2009
Nome: JOSÉ AIRTON PEREIRA SOARES
E-mail: airton.soares.as@gmail.com
Assunto: AFAILCA Crônicas 40

RELOJÃO DA MATRIZ

Por Boris Aragão, Chico Parnaibano e Paulo Rocha

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Primeiro Ato
QUEM MATOU O RELOJÃO DA MATRIZ?
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Procurando pauta para o destaque do site da AFAI, lembrei-me do sumiço do Relojão da Matriz. Pensei, faz tempo que esse assunto foi destaque, está na hora de retomá-lo. Mas o que escrever se todos os apelos já foram feitos e ninguém se manifesta?

Resolvi então pedir ajuda aos "universitários", como diria o Senior Abravanel.

Escolhi três nomes de Afaienses e mandei um e-mail para cada um, solicitando que eles me mandassem um texto sobre o que eles sabiam a respeito do desaparecimento do relojão da Matriz e também pedindo que eles me autorizassem a publicá-lo no site da AFAI.

Veio a primeira resposta, curta e grossa, apesar do cidadão ser um gentleman:
-Paulo, não me meta nessa fria.

Na segunda resposta o remetente pediu-me para deixá-lo no anonimato, mas contou a seguinte historinha que eu resolvi publicá-la neste fórum, resguardando o nome da minha fonte.

Dizem os jornalistas mais antigos que fonte é como amante, não se revela o nome.

Mas vamos ao que escreveu a minha fonte:

-Não me lembro de muita coisa. Essa historinha eu vi contar há alguns anos, faz muito tempo. Apareceu um caixote de madeira encostado num canto da nossa igreja matriz e diziam que era o relojão que havia voltado do conserto, totalmente recuperado.

Lá ficou por muito tempo completamente lacrado. Monta hoje, monta amanhã, o certo é que um belo dia que já se perdeu no tempo, o tal caixote sumiu como numa mágica, para nunca mais voltar.

Seus admiradores ficaram tristinhos e ainda hoje choram com saudade dos seus vagarosos ponteiros e de suas compassadas badaladas que ainda ecoam nas nossas lembranças.”

E a terceira resposta, do meu amigo Chico Parnaibano que está publicada na matéria de capa do site.

Alguém mais se habilita? O Livro está aberto.

Paulo Rocha
Fortaleza (CE)

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Segundo Ato
DEPOIMENTO DO CHICO PARNAIBANO.
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Pelo que me consta da história no vagar dos tempos a Igrejona foi construída pedra-a-pedra, tijolo-a-tijolo com o dinheiro arrecadado do POVO DO IPÚ.

Arrecadado nas coletas das missas dominicais, nas quermesses e nos leilões das festas da paróquia. A população do IPÚ em peso corria a participar de todos estes eventos fazendo a sua doação do tostão até a alguns milhares de mil reis dos fieis mais abastados.
A Igrejona era para ter mais duas torres laterais. Porém o povo apavorado com a altura da construção que poderia cair contribuiu para que ficasse sem as duas torres laterais.
Tudo começou no dia 18 de outubro de 1914, com a benção da pedra fundamental.

Imaginem vocês quantas quermesses, quantos leilões foram feitos?

Quantas pessoas fizeram suas doações nas coletas das missas?

Quantas caieiras de tijolos foram queimadas para construir a Igrejona com esse dinheiro arrecado do POVO DO IPÚ?

Quantos mil réis custaram deste dinheiro do POVO DO IPÚ para comprar o RELOJÃO da Igreja do Mártir Santo?

Toda esta fenomenal construção que se prolongou por cerca de 40 anos teve a participação do POVO DO IPÚ - A construção da Igrejona, a compra dos SINOS, a compra do RELOJÃO, a compra dos paramentos e outros apetrechos que ao que me consta vinham de Roma.

Portanto todo este patrimônio apesar de juridicamente pertencer a paróquia, a Diocese ou até ao Papa, antes de qualquer outro ajudicamento legal ele é do POVO DO IPÚ.

Ninguém poderia simplesmente dá sumiço ao RELOJÃO, um dos maiores símbolos da nossa terra e do POVO DO IPÚ.

Se o RELOJÃO saiu lá da torre da Igrejona, ele não desceu aquelas escadarias sozinho. Alguém deve ter autorizado o desmonte, que levou um bocado de horas pra ser feito.

Portanto Monsenhor Moraes e Padre Raimundo Nonato vamos recompor a história e trazer o RELOJÃO ao lugar de onde nunca deveria ter saído: A torre da IGREJONA DO MÁRTIR SANTO.

Vamos dar uma satisfação ao POVO DO IPÚ, que muito merece.

CHICO PARNAIBANO
Porque é bom ser do IPÚ.

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Terceiro Ato
O DETETIVE CHICO PARNAIBANO E SUA DESCOBERTA.
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- DO OLHO QUE TUDO VER E TUDO SABE, NADA PODE ESCAPAR. Após uma curta investigação que durou pouco mais de 24 horas, sábado (30/06/07), lá pelas 8:30 da manhã recebi um telefonema de um dos investigadores que dizia mais ou menos assim:

"Encontrei a história do relógio, foi uma pessoa aqui de Juazeiro que vendeu o relógio ao Padre de Ipú. Só que ele colocou o relógio na Matriz e tudo. O padre nunca pagou o relógio, então por várias vezes ele ligou cobrando, e muitas vezes foi até a cidade e não recebeu o dinheiro. então ele retirou o relógio e trouxe para Juazeiro."

Logo em seguida liguei para o relojoeiro GERALDO FREIRE com quem tive uma longa conversa.

Não vou transcrevê-la, pois o objetivo era descobrir o destino do RELOJÃO e consegui, conforme dados que relato a seguir:

A)- O RELOJÃO quando desceu lá da torre da Igrejona do Mártir Santo, era apenas um monte de ferro velho em estado de pura sucata. No decorrer dos anos, foram feitos vários consertos sem perícia e que danificaram o seu mecanismo. NÃO HAVIA MAIS COMO CONSERTAR.

B)Como sucata o RELOJÃO, foi aceito pelo relojoeiro fazendo parte da entrada no negócio que foi realizado para fabricar um NOVO RELÓGIO.

C)A operação comercial não foi concluída, por falta dos pagamentos pela paróquia.

ASSIM SENDO O RELOJÃO NÃO EXISTE MAIS.

Fica apenas a recordação em nossas mentes e nossos corações de suas suaves badaladas, marcando o ritmo de nossas vidas.

INFELIZMENTE, MISSÃO CUMPRIDA!

CHICO PARNAIBANO
- Porque é bom ser do
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Edição: ADM/PR
(os textos acima foram extraídos do Livro de Visitas do site da AFAI)

Colaboradores: Chico Parnaibano, Boris Aragão e Paulo Rocha
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Fonte: Do site da AFAI / Artigos – Crônicas / pág. 2
Acesso: 28/11/2009

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