Data: | 03/11/2009 | |
Nome: | Inácio A. de Almeida | |
E-mail: | inacioaugustodealmeida@hotmail.com | |
Assunto: | Crônica | |
NOSSAS CULPAS Vivemos assustados. Clamamos pela tolerância zero como forma de inibir a delinqüência. Gradeamos as nossas casas e mantemos nossos filhos presos nos jogos televisivos. Perdemos o direito de ir e vir. Pagamos o preço da substituição da fraternidade pelo egoísmo. Trocamos o bom gosto pelo exibicionismo, a beleza pela utilidade, a cultura pela riqueza. Só nos interessa o triunfo do materialismo e da ciência. Nos importamos muito pouco com a religião e a arte. Arte que desintegramos em manias e maneirismos. Buscamos a riqueza pela riqueza e nos esquecemos que a riqueza vem e a paz se vai. O corpo prospera mas a alma decai. Porque a riqueza pela riqueza eqüivale a perda da honra, do senso de beleza. Nos transformamos em amontoadores de coisas, nos ocupamos primordialmente em transferir dinheiro alheio para o nosso bolso. Vivemos assustados. Clamamos pela tolerância zero. Pregamos ética mas só praticamos a ética que nos é conveniente. Condenamos o egoísmo alheio e nos esquecemos de que a amizade suplanta a filosofia, e as crianças nos tocam a alma com a música mais profunda que todas as sinfonias. Um dia descobriremos que os homens não são máquinas. E neste dia, não mais viveremos assustados, não mais clamaremos por tolerância zero. E transformaremos as grades de nossas casas em balanços onde as crianças, risonhas, sentirão a brisa da tarde num parque de diversão, livres de qualquer medo. E prezaremos mais o aperfeiçoamento da vida do que a vitória na vida. Se hoje as nossas cidades já não possuem alma, amanhã seremos nós que também não mais teremos alma. Troquemos a nossa montanha de egoísmo, a nossa fraternidade de vitrine, por um grão de humildade, por um pingo de amor ao próximo. Já é hora de começarmos a reconciliação maior, única maneira de acabarmos com a violência. E esta reconciliação plena começa dentro de nós mesmos. |
A história de um povo também é feita de minudências afetivas e verdades comezinhas.
A CADA MEIA HORA UM PENSAMENTO DI FÉ RENTE
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Ipu - violência
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