Eliane Castanhêda

Data: 03/02/2009
Nome: DR. LAMBARI DASILVA P.P
E-mail: lambari.dasilva@ibest.com.br
Assunto: ELIANE CANTANHÊDA - POR GUTO PONTES

Esta é apenas mais uma das facetas do falastrão, no começo de dezembro de 2008, Lula esteve em Colinas - Tocantins. Tirou o boné da cabeça, fez os movimentos, e quase gritou: "não tem nenhum país do mundo mais preparado para enfrentar essa crise". A cena ficou boa, deu televisão. Que era o desejo dele, naturalmente.

Ora, há muitos países em condições semelhantes às do Brasil, e, muitos mais bem preparados para enfrentar a tormenta. E isso coloca as alternativas:

Será que Lula acredita no que diz? Ou será que não importa a verdade?
Na primeira hipótese, é grave. Indica um presidente mal preparado, agitador, ou quem sabe mal assessorado. Mostraria um governo com dificuldades para enfrentar a crise. Se não consegue nem entendê-la.
Na segunda hipótese, também é grave. O presidente tem a obrigação de dizer aos brasileiros qual a situação exata do país, e, quais as políticas necessárias.

Isso é preocupante, esse é o Lula, não sei se é personagem, ou se é um dos.
Na comunicação social e de trabalho, o Lula não é igual aos antecessores, a diferença crucial decorre da herança do socialismo autoritário, que está incrustada no nucleo do PT. E veja, que estou trazendo o PT para esta matéria, não há como ser diferente, já que um não existe sem o outro. Essa herança é a fonte de uma hostilidade de princípio à grande mídia, que alcançou o paroxismo durante a crise do "mensalão" e continuou. Todos os governos acuados por escândalos, se irritam com a imprensa (grande mídia), mas poucos partidos governistas traduzem a sua irritação, na forma de uma condenação histórica e sociológica dos meios de comunicação privados, tal como a oferecida repetidas vezes por Lula e PT. A resolução partidária que saldou o banimento da emissora venezuelana RCTV, e o correspondente no Brasil, do New York Times, Larry Rohter, que o Lula oficializou a expulsão e depois retrocedeu. São exemplos de como Lula e PT convivem com a imprensa.

No primeiro mandato de Lula, a idéia de criação da ANCINAV, projetada para controlar o conteúdo da Produção Audiovisual, e confiscar parte da receita das emissoras de TV. A criação da Instituição do Conselho Federal de Jornalismo, um conselho com aparato paraestatal, destinado a fiscalizar a atuação dos jornalistas. Passíveis até de perder o registro profissional caso fossem condenados por "má conduta". Um instrumento que sequer o regime militar ousou criar. Foi de um autoritarismo sem igual, ainda bem que em função das pressões deu em águas. Portanto não vejo nenhuma lua-de-mel, entre a grande mídia, ( nacional/internacional), e Lula. É claro, a imprensa vive de matéria, e o Lula fornece. O governo Lula já completou seis anos, e se não estou enganado, somente aconteceram duas coletivas no Brasil. É muito pouco. Lula não dá coletiva, não ler jornais e não tem azia. No caso aqui, a grande mídia costuma ser responsabilizada por desvios do poder público. É a velha história de culpar o mensageiro pela má notícia.
O NOBLAT - escreveu o artigo com o título TRUQUE DE SEMPRE: "Tomara que, ao fim e ao cabo, Lula esteja certo, e a crise econômica que abala o mundo não passe entre nós de uma marolinha vagabunda, incapaz de ser surfada. Porque, do contrário, seremos obrigados a suportar o Lula e seus companheiros atribuindo a culpa pela crise aos governos anteriores e, para variar, também à mídia irresponsável e golpista". Este é o Lula que nada assume.

Lembro, o Lula saindo garboso do hospital em São Paulo, em que acabara de resolver um pequeno problema de saúde e dizendo que recebera o tratamento que qualquer outro cidadão brasileiro receberia. Bem antes, ele já comentara que a saúde pública no Brasil se aproximava da perfeição.Certa vez, Lula disse que o presidente Itamar Franco, era um idiota que tinha dado certo. No futuro, talvez a frase sobre Itamar possa carecterizar o