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sábado, 31 de janeiro de 2009

Será?

Data: 31/01/2009
Nome: DR. LAMBARI DASILVA P.P.
E-mail: lambari.dasilva@ibest.com.br
Assunto: SERÁ ?

Como em terra de cego quem tem um olho é rei, são os emergentes que estão ditando as regras em Davos este ano. Ao contrário do que fizeram Rússia, Índia e China, o Brasil perdeu uma grande oportunidade de estar mais em evidência, como estaria se o Lula lá estivesse, em vez de ficar comemorando o fim do capitalismo no Fórum Social Mundial em companhia de Chávez, Morales, Correa e Lugo.

Em 2007, com o mundo bombando e o Brasil em fase de decolagem, Lula decidiu ir apenas a Davos. Agora com a crise mundial ele achou melhor tentar refazer pontes com velhos companheiros. É do caráter de Lula, este tipo de atitude. Pelo menos um desses aliados, o MST, vetou a participação dele num debate com os novos ídolos do movimento, o paraguaio Lugo, o boliviano Morales, o equatoriano Correa e o venezuelano indefectível Hugo Chávez. Os sem-terra devem achar pouco os milhões em dinheiro do contribuinte e os cargos recebidos no governo. Lula participou da pajelança em comemoração à "morte do neoliberalismo", seja lá o que isso significa.

Mas, com seis anos de governo, Lula deve saber que foram os princípios da economia de mercado que, nas duas últimas décadas, não só conseguiram tirar mais de um bilhão de eurasianos da miséria, como permitiram seu governo beneficiar-se, em alguma medida, desse ciclo de crescimento. E sem a política monetária seguida pelo Banco Central, bombardeada pelos companheiros de Belém, certamente ele não teria sido reeleito em 2006, e, claro, não chegaria a ostentar índices inéditos de popularidade. Em vez de as pessoas se aterem a termos vazios como "ciclo pós-neoliberalismo", tempo e esforço intelectual devem ser gastos na formulação de uma regulação do sistema financeiro globalizado que o faça voltar a trabalhar exclusivamente para a geração de renda e emprego. Quem não lembra do PROER ? E das críticas de PT e Lula ao PROER ? Pois é, hoje é visto pelo mundo globalizado como um exemplo a ser seguido. Inclusive, Lula recentemente disse que iria levá-lo ao con hecimento de Bush, para que ele fizesse o mesmo no sistema financeiro americano. O tempo é o senhor da sabedoria. Sem o neoliberalismo, não teria havido a prosperidade dos últimos tempos, e, quanto mais rápidamente for restaurada a rede mundial de crédito, mais curto será a recessão. Não está em jogo o capitalismo, como não esteve no passado.

A discussão é sobre a maior ou menor participação do Estado no mundo que está por vir. O próprio primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, alertou em Davos que, no enfrentamento da crise, "é preciso fugir da fé cega na onipotência do Estado". É, ele é do ramo, entende do assunto. Mas Lula tinha que ir a Belém, dizer que daqui a dois anos quem irá em seu lugar ao Forum Social Mundial será a senhora Dilma Rousseff. Será?

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